Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) - Severino Silva / Agencia O Dia
Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ)Severino Silva / Agencia O Dia
Por ESTADÃO CONTEÚDO

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira que o governo terá dificuldade para enviar os R$ 3,1 bilhões solicitados pelo general Walter Souza Braga Netto para viabilizar a intervenção federal no Rio de Janeiro. Ele disse ter avisado o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, desde o início da intervenção que o governo teria de encontrar meios para conseguir os recursos para bancar a ação.

"São R$ 3 bilhões. E a gente pergunta: de onde virão os R$ 3 bilhões para suprir a demanda do interventor? Temos o orçamento da União 100% comprometido com despesas obrigatórias, e ninguém tem coragem de enfrentar esse tema", afirmou Maia em discurso durante seminário sobre segurança. "Falei ao Guardia, não tenho o número de cabeça, mas pelo menos R$ 2 bilhões será. Você vai ter que preparar um trabalho para que se consiga esse dinheiro", acrescentou.

Pré-candidato à Presidência da República, Maia afirmou que tem defendido duas reformas: uma do Estado brasileiro, com discussão sobre a efetividade das despesas e outra sobre segurança jurídica para que o setor privado possa ter tranquilidade para investir e gerar empregos no Pais. "Acredito que precisamos discutir, de fato, o Estado brasileiro, um Estado que atende a poucos, uma burocracia que inviabiliza muitas vezes os investimentos", disse

Maia afirmou que o Brasil vive hoje uma "grande anomalia" entre as leis, sua execução e o Estado. "Se olharmos a evolução das despesas da União e dos Estados, vemos hoje que, de fato, há uma situação fiscal de muita dificuldade, e ainda não há por parte importante da sociedade compreensão clara de que o Estado brasileiro não pode e não é capaz de tudo", declarou o parlamentar fluminense.

Em seu discurso, o presidente da Câmara também criticou o aparelhamento político nas agências reguladoras do País. "Pode ter gente muito boa lá, mas isso por sorte. Não necessariamente isso acontece", afirmou.

Segundo ele, hoje, não há regras claras que exijam das agências que tenham servidores com "preocupação objetiva" com o tema que estão lidando. "Papel de agência não é papel de governo, é papel de Estado no nosso País", afirmou.

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