Luci vende camisas com estampas e o que é arrecadado acaba revertido em melhorias para a paróquia - Alexandre Brum / Agencia O Dia
Luci vende camisas com estampas e o que é arrecadado acaba revertido em melhorias para a paróquiaAlexandre Brum / Agencia O Dia
Por O Dia

Os fiéis de São Jorge - Ogum na Umbanda e no Candomblé - vão poder comprar os produtos para homenagear o Santo Guerreiro, na segunda-feira, pelos mesmos preços do ano passado. Fitas, velas, camisas, imagens, terços, entre outros itens, não podem faltar para saudá-lo nesta segunda-feira. É possível encontrar, por exemplo, velas de sete dias a R$ 3, camisas a partir de R$ 40 e terços por R$ 10.

"O valor até aumentou para a gente que compra e revende, mas decidimos não mexer no preço para o cliente", disse a vendedora Fátima Mafort, de 57 anos, que cuida de um balcão dentro da Igreja de São Jorge, no Campo de Santana, Centro do Rio. "Eu venho para cá só nesta época e acredito que as vendas cresceram muito mais do que ano passado", acrescentou ela. "Parece que quando a crise e a violência aumentam os fiéis ficam mais juntos", comentou.

Outra vendedora, Yara Baptista, 61 anos, informou que mesmo não aceitando cartão, tem boas vendas. "Este ano sem dúvida o movimento por aqui cresceu. Estamos satisfeitas", afirmou Yara.

Na lojinha ao lado, Luci Vicente de Faria, 71 anos, oferece camisas com a imagem de São Jorge a partir de R$ 40. "Trabalho no bazar da igreja há 33 anos. Todos os produtos expostos pelas barracas são comprados pela própria instituição. Depois, o dinheiro é revertido em melhorias na paróquia", afirmou ela.

No Mercadão de Madureira, na Zona Norte, comerciantes afirmaram que não sentiram mudança nas vendas e que os preços também continuam os mesmos. O vendedor de uma loja de produtos religiosos, que não quis se identificar, disse que comparado ao mesmo período do ano passado, que o movimento em 2018 está franco. "As vendas ainda estão baixas", disse.

O presidente da Associação Comercial do Mercadão de Madureira, Pedro Silva, declarou que o feriado de São Jorge é um dos mais importantes para as vendas do estabelecimento. No entanto, ele ressaltou que as vendas não foram tão significativas este ano em comparação ao ano passado.

"A gente está achando devagar ainda. Talvez melhore no fim de semana, que é quando dá mais movimento no mercadão", espera. "Esse feriado e o Natal são quando os clientes mais compram", afirmou.

CONHEÇA A História do SANTO

Jorge era um soldado cristão do Império Romano do Século IV. Quando o imperador Diocleciano deflagrou a perseguição aos adeptos do cristianismo, o militar protestou e foi torturado pela rebeldia.

Segundo a tradição histórica, ele morreu decapitado em 23 de abril de 303 e sua vida foi relatada em diversas cidades do Império Romano pelos soldados que estavam em missão. Foi assim que ele ganhou fama e virou São Jorge, o Santo Guerreiro.

A lenda de que o santo mora na lua pode ter raízes brasileiras: na Umbanda, São Jorge corresponde a Ogum. Esse orixá tem energia masculina, o que o faz buscar vibrações femininas na lua - daí a possível relação.

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