Petrobras - Reprodução/ Agência Brasil
PetrobrasReprodução/ Agência Brasil
Por ESTADÃO CONTEÚDO

Rio - O pedido de demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras está estressando os mercados. O impacto maior é na ação da companhia, que chegou a entrar em leilão na Bolsa brasileira e teve as negociações suspensas após ordens dos operadores para limitar perdas.

Logo após a notícia, por volta das 11h30 desta sexta-feira, o papel da companhia no exterior (ADR) perdia 15% em Nova York. Com o fim da suspensão das negociações dos papéis da Petrobras, as ações preferenciais (com prioridades na distribuição de dividendo) chegaram a cair 14,17% e os papéis ordinários (com direito a voto) caíam 13,65%.

Até o início da tarde desta sexta-feira, a estatal perdeu mais de R$ 55 bilhões em valor de mercado, segundo a Economatica. Por volta das 13h, a companhia estava avaliada em R$ 215,7 bilhões, contra os R$ 388,8 bilhões da máxima do ano, registrada no dia 16 de maio. Ou seja, em 15 dias, a Petrobras encolheu R$ 173 bilhões em valor de mercado.

Nas mesas de operações, os investidores avaliam que o tamanho das concessões feitas pelo governo e a consequente demissão de Pedro Parente mostram a fraqueza do governo de Michel Temer e há o temor de que isso se estenda a outros segmentos da economia. Depois da informação do pedido de demissão de Parente, a Bovespa, que operava em alta, inverteu o sinal e passou a cair 0,72%. A perspectiva é que a bolsa acelere a queda ao longo do pregão.

Por outro lado, as ações da BRF subiam mais de 14%. Segundo informou a Coluna do Broadcast na última terça-feira, 29, Parente já estaria cogitando trocar o comando da estatal pela presidência da empresa de alimentos BRF.

Ele teria, inclusive, solicitado nos últimos dias para "segurarem" o processo de escolha de um CEO na companhia. A possibilidade de a troca ocorrer já corria no mercado financeiro, principalmente, diante da crise gerada com a greve dos caminhoneiros - e já mexeu nos papéis da própria empresa de alimentos.

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