Brasília - A produção de diesel no País nos quatro primeiros meses do ano foi a menor para esse período em 15 anos. Os dados estão no relatório de produção da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). De janeiro a abril, foram produzidos 12,367 bilhões de litros, 8% menos do que no mesmo período do ano passado. As refinarias da Petrobras, que respondem por 99% da produção de derivados, entregaram 12,224 bilhões de litros.
No mesmo período, a produção de gasolina alcançou 7,902 bilhões de litros, 11% menos do que os 8,919 bilhões de litros produzidos no primeiro quadrimestre de 2017. Foi a menor produção para o período entre janeiro e abril desde 2011. Nas refinarias da Petrobras, a queda da produção de gasolina no período foi de 6%. A petroleira entregou 32,573 bilhões de litros de gasolina no período.
Não à toa, em vídeo distribuído aos funcionários em seus últimos dias no comando da Petrobras, Pedro Parente respondeu às críticas sobre a produção de derivados e sobre o aproveitamento da capacidade de refino. No vídeo, ele declarava não ser responsável pela "carga das refinarias" e dizia que não saberia como estabelecer isso. "Não tenho esse poder. Nem saberia fazer", dizia.
O assunto também foi abordado na série de vídeos pelo gerente executivo de logística da companhia, Cláudio Rogério Linassi Mastella, indicando que o tema mobiliza o debate interno dos funcionários. "Nossas refinarias têm capacidade de transformar petróleo em derivados mais valiosos, mas existe um ponto ótimo. A partir de um determinado ponto, começamos a gerar derivados que valem menos ou que não têm mercado perto de onde produzo, e começo a gerar custos de transporte".
A queda mais significativa na produção de diesel ocorreu nos meses de janeiro e fevereiro, quando a média mensal de diesel produzido foi 16% menor da média mensal verificada em 2017. Em março, a produção voltou ao patamar médio mensal praticado em 2017, mas ainda cerca de 10% abaixo da média mensal verificada nos últimos anos. É que no ano passado, a produção já foi bem menor que em anos anteriores. Na média mensal, ficou 11% abaixo da média mensal de 2016.