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Por Alex Campos

Rio - Viver mais tem um preço literalmente maior. É como se a vida cobrasse da gente pedágios extras pelas faixas bônus que ganhamos. Melhores práticas e recursos medicinais, maiores cuidados e higienes pessoais, além de forte conscientização em relação à saúde pública ou privada, contribuíram para o aumento da longevidade de homens e mulheres no Brasil. Temos cada vez mais pessoas que passam dos 80, chegam aos 90 e ainda atingem os 100 anos de idade.

Mas essa longevidade resultante de adoção de hábitos saudáveis e de mudanças de costumes sanitários é uma conquista que exige novos hábitos e novos costumes também na área financeira. Isso porque, quanto mais vivemos, mais precisamos de dinheiro para seguir cuidando da saúde, comprando nossos remédios, pagando nossos consumos, quitando nossos cartões de crédito, financiando nossos lazeres e entretenimentos quem sabe, no ritmo dos netinhos.

O que significa que a longevidade pode ser uma bênção ou uma penitência tudo vai depender da prevenção ou do planejamento orçamentário que se fez por conta dela.

Por essas e outras, por exemplo, atualmente não se pode mais sonhar em "acumular R$ 1 milhão aos 30 anos e passar a viver de renda" (como me consultou esta semana uma leitora-ouvinte).

Com R$ 1 milhão na conta, tão jovem, ela só vai poder "viver de renda" até os 40 ou 50 anos. Se viver até os 60 (ou seja, outros 30 anos de existência), a essa altura a moça estará morrendo de fome e dormindo ao relento. A menos que, com R$ 1 milhão investidos (a juros abaixo da média histórica), ela tenha hábitos austeros, espartanos e monásticos de quem é capaz de se sustentar gastando apenas um salário mínimo por mês. O que aparentemente não é o caso da jovem.

A NOSSA 'IMPREVIDÊNCIA' SOCIAL
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O fato é que, com o fenômeno da longevidade, não há mais como pensar em "parar de trabalhar" triste, mas verdadeiro. Até porque, com ou sem reforma, por exemplo, a Previdência Social vai continuar sendo um problema de "inseguridade" social. Pelo simples fato de que os governos, os políticos e os corruptos vão continuar sendo o que são: "governos", "políticos" e "corruptos". Vão continuar sendo gêneses da má gestão, da improbidade administrativa e da irresponsabilidade fiscal, financeira ou monetária; eternos delinquentes com o dinheiro público, o dinheiro dos contribuintes, o dinheiro dos trabalhadores. Essa é a péssima notícia.
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TECNOLOGIA E EMPREENDEDORISMO
A ótima notícia é que seu filho ou sua filha já sabe disso e não vai repetir o erro de apostar o futuro no Estado só capaz de produzir estado de coisa, estado de nervo e estado de calamidade. Eles fazem parte do que eu chamo de geração baby chip, que já vem com DNA digital e é focada em inovação e transformação, ou seja, conhecimento em movimento. O barato dessa turma é sonhar com a nova Apple, o novo Google, o novo Facebook, o novo Twitter, o novo Whatsapp, o novo Instagram... o novo... Os jovens querem "acesso" pela tecnologia e "ascensão" pelo empreendedorismo.
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INSS, FGTS, CLT... NEM PENSAR
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Ninguém quer saber de INSS, FGTS, CLT... Eles também não têm respeito ou expectativa diante de partidos. Não se trata de ingratidão (a culpa não é da garotada); se trata de incerteza, insegurança e incapacidade (a culpa é dos políticos). As três siglas governam o país por mais de três décadas, sem oferecer aos moços e moças projetos sólidos e perspectivas sustentáveis. Não me refiro a garantia de emprego público ou facilidade no setor privado - coisas que não seduzem a moçada de hoje. Eu falo de oportunidades de empreendimento com crescimento e de negócio sem ócio. Os jovens não esperam dos mais velhos ou velhacos soluções fáceis para suas vidas. Eles só esperam que não dificultem ou não atrapalhem seus planos e sonhos. E assim desprezam rotinas, hábitos e costumes baseados em fome de dinheiro e sede de poder. É por isso que no Brasil políticos tradicionais estão, aos poucos, morrendo de fome e de sede, sendo "chipados" pela nova geração.
Bom Domingo e Boa Sorte!
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