O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, fala à imprensa após encontro com o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto - Valter Campanato/Agência Brasil
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, fala à imprensa após encontro com o presidente Michel Temer, no Palácio do PlanaltoValter Campanato/Agência Brasil
Por Agência Brasil

Brasília - Presidentes de duas entidades do setor industrial se reuniram, nesta segunda-feira, com o presidente Michel Temer para apresentar demandas referentes às consequências da greve dos caminhoneiros, que durou 11 dias e se encerrou há pouco mais de duas semanas.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Vieira, criticou o que chamou de "rigidez do preço" da tabela de fretes mínimos proposta pelo governo para chegar a um acordo com os caminhoneiros. “Entendemos perfeitamente o problema dos caminhoneiros, mas entendemos também que "com" a rigidez de preço, as indústrias vão incorrer em mais custos e esses custos terão que ser repassados para o produto", disse.

Vieira sugeriu que os contratos prevejam uma alteração nos preços em caso de mudança nos custos do transporte. Com isso, segundo ele, não haveria prejuízo para transportadores nem para a indústria.

CBIC

Para José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o problema maior não é a tabela de frete, e sim a política de reajustes diários da Petrobras, que também foi alvo de reclamações dos caminhoneiros. Para ele, a estatal, apesar de trabalhar com preços do mercado, não tem uma concorrência local, o que deixa a empresa mais confortável para trabalhar com aumentos.

“A Petrobras domina o mercado de combustíveis no Brasil. Ela não pode se comportar como uma empresa que vive à mercê da concorrência. Em qualquer lugar do mundo, o preço é liberado, mas existe concorrência. Aqui não tem concorrência”, disse.

Para ele, as mudanças constantes de preço nos combustíveis traz prejuízos para o setor da construção, uma vez que nessa área não pode haver reajustes diários.

“Contratamos uma obra que vai ficar três, quatro anos em construção e eu tenho que ter o mínimo de previsibilidade naquele meu contrato. Se eu começar a prever variações de 20%, 30%, 40% não vai ter contrato que se sustente”, disse.

O presidente Michel Temer discursando no Palácio do Planalto - Valter Campanato/Agência Brasil

Sem problemas

Segundo os dirigentes das duas entidades, o presidente Temer ouviu as demandas, mas não fez promessas sobre os problemas apresentados. Vieira também pediu uma isenção de impostos federais por, no mínimo, 15 dias para que as micro e pequenas empresas possam voltar a "respirar" financeiramente após os prejuízos da paralisação dos caminhoneiros. Temer disse que levaria a questão à área econômica do governo.

Outro pleito da Firjan foi retardar a reoneração do setor para janeiro. Segundo ele, o presidente afirmou que a reoneração de diversos setores da economia, aprovada pelo Congresso no final de maio, já está programada para iniciar em outubro.

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