Petrobras anunciou nesta quinta nova alteração na política de reajuste do valor do combustível - Fernando Frazão / Agência Brasil
Petrobras anunciou nesta quinta nova alteração na política de reajuste do valor do combustívelFernando Frazão / Agência Brasil
Por O Dia

Rio - O preço do litro da gasolina nas refinarias pode ficar congelado por até 15 dias, em vez de sofrer alterações diárias, como acontece desde julho do ano passado. A Petrobras anunciou ontem a terceira alteração na política de reajuste do valor do combustível desde que passou a acompanhar o mercado internacional, em outubro de 2016.

Segundo a Agência Estadão Conteúdo, para evitar prejuízos, a empresa recorrerá a instrumentos financeiros de proteção - derivativos de gasolina na Bolsa de Nova York e do sistema cambial no Brasil.

Com os derivativos, se previne das oscilações de preços do combustível enquanto mantém valores inalterados. Assim, ainda que perca dinheiro por alguns dias por não reajustar a gasolina enquanto a sobe no mercado externo, ganha com os derivativos na mesma proporção. No final das contas, o saldo entre perdas e ganhos é nulo, e o cliente é beneficiado por não ter que lidar com as variações diárias do preço.

"Devido aos volumes do mercado, o máximo que a gente consegue ter eficiência financeira é em períodos de até 15 dias (de manutenção do preço). Não será a cada 15 dias (que os reajustes vão acontecer). Serão períodos que vão variar. Podem ser de cinco, seis, sete, oito dias...", afirmou o diretor-financeiro da estatal, Rafael Grisolia.

Ontem, a estatal informou o preço da gasolina que passará a valer a partir hoje, de R$ 2,2069 por litro, o mesmo dos dois últimos dias, o que significa estabilidade de pelo menos três dias.

As mudanças não vão interferir, porém, no tamanho dos reajustes daqui para frente. As altas no mercado internacional continuarão repassadas aos clientes. Só mudam os prazos.

"O que essa ferramenta está tirando é a volatilidade. O delta (de variação de preço) ao final dos períodos se mantém", disse o diretor de Refino e Gás Natural, Jorge Celestino.

Portanto, o consumidor continuará pagando nos postos valor equivalente ao cobrado no mercado internacional, mas vai sentir menos o repasse, porque só vão acontecer de tempos em tempos, dentro de um limite de 15 dias. A política de paridade internacional está mantida, reforçaram os diretores da Petrobras. 

Medida foi analisada

As revisões frequentes dos preços da Petrobras motivaram a paralisação dos caminhoneiros no fim de maio deste ano. Em meio aos desgastes políticos da greve, o então presidente da estatal, Pedro Parente, pediu demissão e foi substituído pelo diretor Financeiro, Ivan Monteiro, que hoje dirige a companhia.

Questionados se a utilização das novas ferramentas financeiras está relacionada à proximidade das eleições e aos rumores de nova paralisação dos caminhoneiros, os diretores da estatal não chegaram a negar. Mas afirmaram que a medida já vinha sendo analisada há muito tempo.

"Estudamos e vimos que o uso dessa ferramenta traz os elementos que vão dar boa posição competitiva para a Petrobras e mantém, por meio de uso de instrumento financeiro, a sua política de precificação diária alinhada aos preços internacionais", argumentou Celestino.

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