Jorge Botrel, especialista em expatriação dá dicas de como empreender nos EUA - DIVULGAÇÃO
Jorge Botrel, especialista em expatriação dá dicas de como empreender nos EUADIVULGAÇÃO
Por MARTHA IMENES

A falta de segurança - pública e financeira - no Brasil tem feito cada vez mais pessoas buscarem o exterior para morar e empreender. Para se ter uma ideia, nos últimos seis anos, o número de declarações de saída definitivas do Brasil junto à Receita Federal quase triplicou, segundo o órgão. Enquanto, em 2011, 8,1 mil pessoas buscaram outros países como residência; no ano passado, o total subiu para quase 22 mil.

Para trabalhar e morar nos Estados Unidos é preciso dar entrada no visto de permanência, que permite ao expatriado ter os direitos de um cidadão natural. Nesse contexto, o país mais procurado é os Estados Unidos, onde, no ano passado, os brasileiros investiram US$ 37 bilhões, montante que gerou mais de 74 mil empregos segundo levantamento da U.S. Bureau of Economic Analysis.

Mas quem são os brasileiros que deixam o país? Em conversa com O DIA, Jorge Botrel, especialista em expatriação e sócio da JBJ Partners, traçou esse perfil: são pessoas com 30 anos, que tenham família e filhos em idade escolar. Levantamento feito pela JBJ Partners mostra que 95% dos pesquisados afirmam não ter planos de voltar a viver no Brasil nos próximos anos. As principais razões citadas são violência, instabilidade econômica e corrupção. "As pessoas cansaram da violência e instabilidade do País", avalia Jorge Botrel.

Nos últimos quatro anos, segundo a pesquisa, o percentual de pessoas com formação superior que se mudou para os Estados Unidos subiu 10 pontos percentuais, passando de 83% para 93%. Além disso, o percentual de expatriados casados subiu para 68%, e destes, 83% são casados e têm filhos. "Essas categorias, há quatro anos, correspondiam a 41% e 63% do público, respectivamente, o que evidencia o caráter de proteção dos familiares da violência brasileira", avalia Botrel.

Como e quanto investir

Investir nos Estados Unidos não é um "bicho de sete cabeças", mas requer muita pesquisa e cuidados como conhecer bem o mercado, a cultura, as demandas pelo produto ou serviço. "É importante que o investidor fique um tempo nos Estados Unidos para conhecer a região, sentir como é a localidade. O ideal é que fique em um Airbnb para ter a experiência de 'morar', para só depois se decidir", orienta Botrel, que vive na Flórida.

Um dado importante a destacar é que para brasileiros com baixo investimento, o mínimo são US$ 100 mil, é preciso ter dupla cidadania para tero visto concedido. Esses países devem ter acordos bilaterais com os Estados Unidos, como Argentina, Colômbia, Chile, Equador, Espanha, Itália, Alemanhã e Japão, por exemplo. Outros casos que dão direito a visto de permanência requerem investimentos maiores, em torno de US$ 300 mil a US$ 500 mil.

O visto de investidor que mais teve aumento foi o L1, alta de 11% entre 2016 e 2017. Na prática, o L1 permite que executivos administrem uma subsidiária de empresas de faturamento mínimo de US$ 1 milhão nos Estados Unidos. Além do L1, também é possível solicitar permanência a partir do visto EB-5, que exige investimento de US$ 500 mil em empresas que criem, ao menos, 10 postos de trabalho no prazo de dois anos.

Ao final do prazo, o Green Card é concedido ao investidor, caso a condição de criação de vagas tenha sido cumprida. Para brasileiros com dupla cidadania, como italiana, alemã e espanhola, o visto E2 permite o mesmo processo com investimento inferior, a partir de US$ 100 mil. Nos três casos, o documento inclui alguns familiares, como esposo ou esposa e filhos.

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