Primeiro palestrante, secretário estadual de Fazenda, Luiz Claudio Rodrigues de Carvalho: 'O Rio de Janeiro tem jeito, aliás ele tem muito jeito' - fotos Armando Paiva
Primeiro palestrante, secretário estadual de Fazenda, Luiz Claudio Rodrigues de Carvalho: 'O Rio de Janeiro tem jeito, aliás ele tem muito jeito'fotos Armando Paiva
Por MARTHA IMENES
Rio - Os desafios e os entraves do setor de gás natural foram temas centrais do evento 'O Rio em debate' realizado ontem em Copacabana. Responsável por 54% da produção de gás natural do país, o Rio de Janeiro desponta novamente como força motriz do desenvolvimento do Brasil. A uma plateia formada por representantes governamentais, operadores e investidores, o secretário estadual de Fazenda, Luiz Claudio Rodrigues de Carvalho, foi enfático: "O Rio de Janeiro tem jeito, aliás ele tem muito jeito". 
E para destravar os investimentos e explorar as potencialidades do estado os palestrantes foram unânimes: é preciso mudar as regras do setor para que os operadores (players) tenham segurança jurídica, além disso é necessário atrair investimentos. E isso, segundo eles, passa pelo novo modelo do setor, que altera o trato da Petrobras com o mercado.
No tocante à alteração na regulação e atração de investimentos, o governo do Rio já deu um passo à frente: o estado lançou um programa de simplificação tributária, que com isso espera atrair mais investimentos e alavancar a economia. Segundo o secretário, o estado precisa ter alternativas viáveis que não sejam só os royalties do petróleo.
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E é nesse aspecto que, segundo Julio Bueno, ex-secretário de Fazenda e mediador do evento, aposta no gás natural para impulsionar o crescimento e a recuperação do estado. "Com as mudanças no mercado de gás, com a quebra do monopólio da Petrobras, outros operadores entrarão e isso, além de incentivar a competitividade, vai baratear o preço do gás, que no Rio é um dos mais altos do país", advertiu Bueno.
Para que a discussão do mercado de gás natural deixe de ser regional para ser nacional, é preciso que todos os atores do setor deem sua contribuição. O alerta foi feito por Renata Isfer, secretária-adjunta na Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia. "Estamos em uma fase de transição energética e o gás natural é o combustível do futuro", comentou. E para alavancar este setor, a secretária informou que algumas medidas estão sendo discutidas entre os ministérios de Minas e Energia, Economia, a Empresa de Pesquisa Energética, a Agência Nacional do Petróleo (ANP), e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
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"O novo desenho do mercado passa por acesso às infraestruturas, aperfeiçoamento para o transporte, medidas de estímulo à competição e liberalização do mercado, por isso ouvir todos é importante", disse.
Para José Firmo, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), é necessário que os agentes estejam preparados. "O objetivo é ter mercado aberto, competitivo e maximizar o uso da commodity (gás), que tem alto valor", adverte. "Temos oportunidades reais de transformação", avalia. O que o presidente da ANP, Décio Oddone complementou: "A retomada da indústria já está contratada". Precisa, diz, cuidar para que esses recursos - que são finitos - sejam bem geridos.
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A importância do Rio em destaque
O crescimento da produção do pré-sal vai levar junto a do gás natural e isso, segundo Julio Bueno, mostra a importância econômica do combustível e do Estado do Rio como produtor. "A questão central é como se apropriar dessa riqueza", adverte o ex-secretário de Fazenda.
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Para isso, ele faz a seguinte ressalva: "É preciso que essa discussão seja a pauta principal dos governos estadual e federal".
O tema do gás natural foi o primeiro de uma série de eventos voltados ao desenvolvimento e crescimento econômico do estado. O simpósio realizado ontem reuniu nomes importantes do setor de energia e de governo no Belmond Copacabana Palace Hotel. Estiveram presentes: Luiz Claudio Rodrigues Carvalho, secretário de Fazenda do estado; José Firmo, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP); Renata Beckert Isfer, secretária adjunta na Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia; e Décio Oddone, diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
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O 'Rio em debate' foi uma realização da HUB Economia em parceria com o jornal O DIA e o portal iG. A produção ficou a cargo do Fórum Empresarial do Rio de Janeiro.