Presidente da República, Jair Bolsonaro, e presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia - Antonio Cruz/ Agência Brasil
Presidente da República, Jair Bolsonaro, e presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo MaiaAntonio Cruz/ Agência Brasil
Por O Dia
Rio - O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), e integrantes do governo Bolsonaro estão costurando um acordo para garantir a votação da Reforma da Previdência antes do recesso parlamentar que começa em 18 de julho. De acordo com a Agência Estadão Conteúdo, fontes da Câmara, informaram que Maia negocia os termos para que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6 vá a plenário antes do prazo do recesso.
Segundo interlocutores de Maia, o acordo ainda não está fechado, mas há otimismo para que a votação ocorra dentro desse período. A equipe econômica, por outro lado, tem reforçado a necessidade de fazer a votação para deslanchar as outras medidas de retomada do crescimento econômico, entre elas o fim de dois monopólios estatais de refino e gás natural.
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SINALIZAÇÃO PARA O COPOM
A data da apreciação em plenário antes do recesso é relevante inclusive devido à próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, marcada para os dias 30 e 31 de julho. A avaliação é de que é importante que a primeira votação já tenha sido feita para dar uma sinalização ao Copom - que aguarda o avanço da reforma no Congresso para decidir sobre a redução da taxa de juros. A Selic foi mantida na última quarta-feira em 6,5% ao ano pelo conselho.
O relator da Reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), afirmou na quarta-feira que vai complementar seu relatório e que apresentará as modificações na semana que vem. O colegiado volta a se reunir para discutir o texto e pode votar o relatório. Os pilares principais da reforma, como a idade mínima, devem ser mantidos, garantiu Moreira.
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O parlamentar tucano não quis, no entanto, adiantar quais seriam as mudanças que apresentará em seu parecer, informou a Agência Estadão Conteúdo.
"Estamos empenhados em melhorar um pouco mais o relatório, pretendemos que ele passe na comissão", afirmou Moreira.


Atraso não preocupa Bolsonaro
Um atraso no prazo para votar a Reforma da Previdência na Câmara parece ser o maior dos problemas para o governo federal. Ontem, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), disse não estar preocupado sobre um possível adiamento da votação do relatório da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6 na Comissão Especial na Câmara devido às festas juninas na próxima semana.
O Planalto parece apostar na articulação que o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), vem promovendo para tentar votar o texto também em plenário antes do recesso parlamentar.
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"Pela minha experiência parlamentar, sei que os deputados passam as festas juninas nos Estados. É quase uma festa religiosa. Não tem problema atrasar uma semana (a votação da previdência), toco o barco", afirmou o presidente da República.
O presidente da Comissão Especial, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou que há "um apoio tranquilo" na Comissão Especial para aprovar a reforma, mas que os líderes precisam de mais mobilização para garantir a aprovação do tema no plenário da Casa.