O estudante Leonardo Pantoja optou por reduzir a quantidade de tomate em suas compras devido ao preço alto -  Estefan Radovicz / Agência O Dia
O estudante Leonardo Pantoja optou por reduzir a quantidade de tomate em suas compras devido ao preço alto Estefan Radovicz / Agência O Dia
Por Marina Cardoso
Rio - Para as compras de mercado não pesarem tanto no bolso do consumidor, o tomate e o alho devem ficar de fora da lista de compras. Isto porque nos últimos meses os dois alimentos inflacionaram e se tornaram o vilão. Os preços aumentaram em várias redes varejistas. O DIA percorreu pelo menos quatro supermercados onde o quilo do tomate chega a R$ 9 e o do alho até R$ 24. 
De acordo com o economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre-FGV) e coordenador do IPC, André Braz, o alimento que mais tem sofrido com o aumento nas últimas semanas é o alho. "Duas razões que podem explicar esse crescimento são por conta da sazonalidade e do câmbio, já que boa parte do alho que consumimos é internacional e a desvalorização do real tem um peso grande nesse fator", explica o economista.
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No mês passado, o item subiu 13,5% e, segundo o economista, ele vai continuar subindo nas próximas semanas. "Nos próximos dias pode aumentar ainda mais, já que foi registrado só na última semana o aumento de 4,8%", afirma. 
Já o tomate o que pode explicar o preço elevado é a safra. Comparado ao mesmo período do ano passado, o aumento foi de 40%. "Nós tivemos um verão rigoroso, com perdas, o que explica esse aumento. Recentemente houve uma queda no preço, mas o item ainda está muito alto e não apaga a inflação dos últimos 12 meses", afirma Braz. 
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Os preços devem ficar mantidos por pelo menos dois meses. Enquanto estiver mais caro, o consumidor pode tentar substituir o alimento por outros. O nutrólogo José Alexandre Portinho explica que há outros itens com o mesmo valor nutricional e que estão em baixa no mercado. "A batata doce, chuchu, repolho e mesmo a  abobrinha estão com o valor mais em conta e dão toda a parte nutricional existentes nos alimentos em alta. Vale os consumidores fazerem essa troca", orienta.
"Para não prejudicar a receita familiar, o morador deve comprar em quantidades menores. O tomate é mais fácil de substituir. Como é um produto perecível, se o consumidor evitar comprá-lo pode ser que o preço caia logo", afirma Braz.
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O estudante Leonardo Pantoja, de 24 anos, precisou cortar os dois alimentos da lista de compras. "Os preços estão muitos altos. Como eu moro sozinho, preciso ter muito atenção aos gastos excessivos. Por isso, estou levando uns dois", explica. 
A aposentada Jurema Peres, de 64, substituiu os alimentos por outros na hora de cozinhar. "É um absurdo pagar tanto pelo tomate e alho. O que fiz foi mudar por um molho refogado e diminui consideravelmente a quantidade de alho nas refeições", explica.