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Por O Dia

Todo mundo já deve ter se perguntado: como se monta um posto de combustível? A burocracia, o investimento e a quantidade de equipamentos são bem grandes. E também são inúmeros os processos de segurança, licenças e adequações para conseguir o alvará de funcionamento do comércio e conseguir vender a gasolina ou o etanol dentro dos padrões exigidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Tudo começa pelo terreno. Especialistas recomendam que o ideal é que o ponto seja comprado e não alugado, porque o processo de abertura envolve uma construção de grande porte. Além disso, é necessário ter uma área mínima de 900 m² se for um posto voltado para carros de passeio, como são os postos dentro de perímetros urbanos. Em paradas na estrada, o tamanho pode ser seis vezes maior.

A localização é outro fator importante. Não basta escolher o ponto e começar a construir. Para abrir um posto de combustível, é preciso ter o aval do Plano Diretor Urbano da prefeitura. Uma lei que determina qual empreendimento pode funcionar em cada local. O posto de gasolina, por conta do seu grau de periculosidade, é um dos que têm regras mais rígidas. O local tem de ser viável para a implantação deste tipo de negócio.

"É uma das partes mais complicadas. Para os que já existem, isso não é tão problemático, mas para abrir um novo é uma sofrência. Geralmente só são liberados terrenos que não são economicamente viáveis pela localização ruim, que afetará o fluxo de clientes. É preciso ter muito jogo de cintura e negociação para arrumar um local que agrade aos dois lados", diz um dono de posto na Zona Norte carioca, que pediu para não se identificar.

A burocracia tem lá a sua relevância. Ao todo, são seis licenças que precisam ser obtidas. As quatro primeiras dizem respeito à obra e ao meio ambiente. A licença ambiental é a principal, já que os produtos comercializados têm alto potencial de poluição. Há ainda a licença prévia (que verifica o local onde está sendo instalado), a de implantação (que avalia se o projeto de instalação está de acordo com as exigências estabelecidas) e a de operação (que permite que o negócio comece a funcionar).

Mas não é tudo. Ainda há a licença da ANP para operar a venda de combustíveis e o alvará do Corpo de Bombeiros, que é fundamental para minimizar os riscos desse tipo de atividade.

"A parte burocrática é, com certeza, a mais complicada. São diversas exigências e o padrão é bastante rígido. Extintores e as saídas para aliviar a pressão causada pelos gases dentro do tanque de combustível estão entre as coisas mais importantes e bastante cobradas pelos órgãos", conta o empresário.

Um posto não é nada sem os tanques subterrâneos que armazenam os combustíveis. Geralmente são dois ou três em cada estabelecimento. Eles têm normas que devem ser respeitadas. A capacidade de armazenamento dos reservatórios varia de 15 m³ a 30 m³, ou seja, de 15 mil a 30 mil litros de combustível. As paredes são duplas — a interna de aço e a externa de fibra de vidro ou plástico de alta resistência.

O tanque fica enterrado cerca de 1,20 metro de profundidade. Vale destacar que um reservatório pode abrigar dois tipos diferentes de combustível. Eles podem ter repartições, de acordo com o proprietário.

À prova de explosões

O bico das bombas de combustível puxa o combustível de dentro dos tanques através de uma bomba de sucção, movida por motor elétrico blindado e à prova de explosão. Além disso, há sensores que enviam as informações para os painéis e que mostram a quantidade de combustível que entrou no tanque do carro e o valor.

"Se eu puder dar um conselho aos que pretendem entrar neste ramo é que comprem um posto que já existe e funciona. A burocracia é mais rápida e, apesar de o investimento ser maior, o retorno vem mais rápido, já que o posto já rende dinheiro normal. Uma opção para aumentar o lucro é abrir uma loja de conveniência. Elas ajudam bastante no faturamento", conclui o proprietário.

 

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