As reclamações contra os bancos foram recebidas por meio da página consumidor.gov.br e também pelo Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), que integra vários Procons do país.
De janeiro a junho deste ano, foram feitos 15.030 atendimentos pelo consumidor.gov.br, sendo que deste total 7.684 reclamações de pessoas com mais de 60 anos de idade. Já o sistema do Sindec recebeu outras 13.843 queixas referentes a empréstimos consignados, com 8.245 de pessoas acima de 60 anos de idade.
A abertura dos processos administrativos foram publicados ontem no Diário Oficial. Por meio de nota, a Senacom informou que foram observadas “possibilidade de que instituições financeiras possam estar, mediante vazamento de dados dos aposentados e pensionistas vinculados ao INSS, realizando abordagens telefônicas de forma abusiva para que consumidores idosos adquiram empréstimo ou cartão de crédito consignado”.
Para a secretaria, a “situação é tão grave que tal fato pode estar levando os consumidores idosos a situação de superendividamento”. A iniciativa contra os bancos levou em conta informações dos Procons que integram o Sindec. Denúncia formal do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e do Instituto Defesa Coletiva também foi considerada para abrir os processos contra a Caixa Econômica Federal, o Banco Safra, Bradesco, BMG, Olá Bonsucesso, Itaú Consignado, Banrisul, Banco Cetelem, Bradesco Financiamento e Banco Pan.
A secretaria explicou que os dez processos administrativos vão levantar se há indícios “do cometimento de infrações por parte das instituições financeiras investigadas”. Segundo a Senacom, as empresas foram notificadas para apresentarem defesa, “que é uma espécie de resposta ao caso”. As instituições financeiras podem ser multadas em mais de R$ 9,9 milhões, informou a secretaria.
Posição dos bancos sobre processos
Na Caixa informou que pedirá acesso aos autos e adotará providências. O Banco PAN divulgou que “investe constantemente na melhoria e na modernização de produtos, processos internos e na qualidade do atendimento ao cliente, sempre de forma transparente e em acordo com a legislação”. O banco informou que não foi citado e está à disposição para esclarecer os fatos.”
O Itaú reafirmou “seu respeito ao consumidor e reforça que suas práticas de venda observam sempre as necessidades dos clientes em primeiro lugar. O banco prestará esclarecimentos”.
O BMG disse que “atua em conformidade com normas e boas práticas e jamais compactuaria com ações que se caracterizam em desobediência deste princípio e das leis”. O Bradesco afirmou que “tem absoluto respeito pelo cliente e que não pratica ou incentiva atos ilícitos e abusivos”.
Olá Bonsucesso, Safra e Banrisul não responderam. A reportagem não conseguiu contato com Banco Cetelem.