Com a PEC 6 aprovada, a idade mínima para aposentar passa a 62 anos (mulher) e 65 anos (homem).
Adriane Bramante, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), alerta para o fato de entre uma proposta e outra - a aprovada e a que vai ser discutida -, caso o servidor morra, o beneficiário receberá pensão menor que o mínimo. "Embora a PEC paralela corrija, dependentes de quem morrer entre uma proposta e a outra, terá o direito pela PEC 6 e não da paralela".
A intenção de Paim ao propor o destaque era contemplar vigilantes armados, mas a mudança proposta teria abrangência maior e abriria caminho para diversas categorias pleitearem aposentadoria mais facilmente, por causa da exposição à periculosidade. Entre elas eletricitários, vigilantes, por exemplo.
"É um enorme retrocesso a retirada da periculosidade, pois é inequívoco que, com a idade, o reflexo do trabalhador diminui e o risco de acidentes aumentam com a idade. Não dar qualquer proteção a esses trabalhadores é uma irresponsabilidade do nosso Congresso Nacional. Espero mesmo que PEC paralela corrija esse absurdo", critica Adriane Bramante.
Segundo o governo, a periculosidade não é questão previdenciária, mas trabalhista. Desde 1995, não há enquadramento de aposentadoria por categoria ou por periculosidade. O que existe é aposentadoria especial para exposição a agente nocivo - como no caso dos mineiros.
De 11 emendas somente três foram aceitas
Entre as aceitas está a que inclui o termo "no minimo" no tempo de contribuição dos trabalhadores que lidam com agentes nocivos à saúde, que é 15 anos, 20 anos e 25 anos, conforme o grau de risco.
Outra emenda acatada deixa claro no texto que o sistema de contagem de pontos para requerer aposentadoria na regra de transição, sobe um ponto a cada dois anos. Já a terceira emenda melhora a redação do texto para evitar a judicialização nos regimes regimes próprios de previdência de servidores.
Aprovada em segundo turno, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 6, que altera o sistema previdenciário, agora segue para a promulgação.
A proposta desagradou aos parlamentares por impor sacrifícios mais brandos aos militares, entre eles um pedágio menor - a exigência de tempo a mais de quem está na ativa é de 17% sobre o tempo que falta para a aposentadoria, contra adicionais de 50% a 100% no caso dos civis.
Além de aumentar as exigências para passar à ativa, o projeto também prevê reestruturação nas carreiras militares, com reajustes previstos até 2023 e adicionais por fatores como tempo de permanência nas Forças e realização de especializações. Pelo texto, oficiais de alta patente podem alcançar um aumento de até 73%, enquanto um soldado não conseguirá reajuste superior a 12%.
De acordo com cálculos do governo, a economia com a reforma dos militares será de R$ 97,3 bilhões em dez anos. A reestruturação das carreiras e o reajuste salarial vai causar um aumento de R$ 86,65 bilhões.