Confira algumas taxas de juros no cheque especial - Arte: Kiko
Confira algumas taxas de juros no cheque especialArte: Kiko
Por MARTHA IMENES

Rio - Final de mês, a grana tá curta e aparece uma despesa a mais. O que fazer? Quem tem dinheiro guardado se sai bem, mas e quem não tem? Para muitos a alternativa é usar o limite do cheque especial. Só que isso nem sempre é uma boa ideia. Com juros que chegam a 517,39% ao ano, segundo levantamento do Banco Central feito de 7 a 10 de outubro, o melhor é não cair nessa cilada para que a dívida não vire uma bola de neve e comprometa o orçamento.

Segundo o educador financeiro Leandro Benincá, "muitos acabam tratando esse crédito como extensão da própria conta corrente, mas não é". "Ai, a fatura do cartão veio mais alta do que eu imaginava! Ai, o condomínio aumentou de repente", diz. E lá vai o cliente usar o limite do especial...

Diante dessa armadilha, o educador financeiro dá umas dicas para o consumidor sair dessa dependência econômica do cheque especial e, se ainda não entrou, como não entrar nessa furada. "Os juros continuam absurdamente altos", adverte Benincá.

E ele está correto: Pesquisa do Banco Central divulgada ontem mostra que a taxa média de juros do cheque especial subiu de 306,9% ao ano para 307,6% ao ano de agosto para setembro.

Como fazer?

E como sair dessa? O primeiro passo é saber quanto deve. "Descubra o quanto deve. Exatamente o quanto. Pergunte estes três itens ao seu banco: o valor principal (o quanto você realmente pegou de empréstimo), a taxa que está sendo cobrada, e quanto está o valor da dívida hoje", diz Benincá. Depois de ter os valores em mãos é preciso verificar o quanto pode pagar por mês. E negociar.

Pedir o parcelamento do especial também pode ser alternativa. "Deve-se considerar que o parcelamento do saldo devedor é mais uma oferta de crédito que pode ser uma cilada.Mesmo a juros mais baixos, é nova dívida que o consumidor pode não ter condições de pagar", explica o economista Alexandre Prado.

 

Quatro dicas para sair do vermelho
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Procure o banco para fazer uma negociação: é possível conseguir desde juros menores até uma troca de dívida com juros bem mais em conta.
Parcele a dívida
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Dependendo do valor, outra boa opção é procurar parcelar a dívida, assim será desembolsada uma quantia mensal durante determinado período.
Reduza o limite do cheque especial
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Para quem usa com frequência o cheque especial e não tem controle dos gastos, é recomendável entrar em contato com o gerente para que o cheque especial tenha seu limite reduzido.
Crie reserva para emergências
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Junte todo mês um montante de dinheiro para gastar em um caso de emergência. Não precisa ser um valor exorbitante, 10% ou 15% do seu salário é o suficiente para começar a poupar.
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Troca do limite da conta pelo rotativo parcelado
Mais de 16 milhões de pessoas em todo o país trocaram o cheque especial rotativo pelo parcelado e reduziram os juros pagos em até 76%, segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
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Entre julho de 2018 e setembro deste ano, 16,21 milhões de pessoas migraram do cheque especial rotativo para o parcelado, com taxas muito menores. Só no mês passado, 1,33 milhão de clientes optaram pela mudança. Quem preferiu a linha de crédito alternativa conseguiu baixar de 12,31% ao mês para o 2,88% ao mês no parcelado.
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