A reação do governo Bolsonaro foi a de minimizar o desempenho do mercado financeiro e partir em defesa das reformas administrativa e tributária. Na turbulência menos intensa do mercado no ano passado, a justificativa para que o Estado voltasse à normalidade, inclusive com geração de empregos, foi a aprovação da Reforma da Previdência e a minirreforma trabalhista. Mas, segundo especialistas, o que se viu não foi a geração de empregos, nem o aporte de capital.
Alheio às turbulências do mercado, o presidente Jair Bolsonaro afirmou durante seminário empresarial em Miami, que o governo é leal às políticas econômicas do ministro Paulo Guedes, que por sua vez disse estar sereno e que a melhor resposta à crise no mercado financeiro são as reformas econômicas, mas não mencionou medidas a serem adotadas pelo governo .
A afirmação de Guedes gerou reação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O parlamentar disse que a gestão Jair Bolsonaro precisa “deixar claro” o que pensa da crise e pontuou que apena as reformas não bastam para resolver o cenário. Essa crise ocorre em meio ao avanço do coronavírus no mundo, que vem afetando as economias de diversos países. Guedes, mais cedo, não mencionou medidas do governo para conter a turbulência do mercado.
"Parte da solução de médio e longo prazo são as reformas, que precisam chegar à Câmara, mas não chegaram ainda. Nem a administrativa, nem a tributária. Estamos prontos para ajudar com a agenda de reformas, que ajudam, mas não são o único ponto para solucionar os danos da crise. O governo precisa comandar o processo, deixar claro para os outros dois poderes o que ele pensa da crise e como pode ajudar", afirmou Maia.