O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou ontem o lançamento de um vale no valor de R$ 200 como auxílio a trabalhadores informais e autônomos que estão na lista do Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal. Para receber o benefício, o profissional não pode ser inscrito em outros programas sociais do governo, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que é pago para idosos e deficientes de baixa renda. A iniciativa, no entanto, depende que o Congresso reconheça o estado de calamidade pública. O reconhecimento permite a ampliação do gasto público em atendimento à população. A Câmara aprovou o pedido, que seguiu ao Senado. A votação deve ocorrer na semana que vem na Casa.
Segundo Guedes, o valor do vale, chamado de voucher pelo ministro, corresponde a duas cestas básicas. Entretanto, a conta não bate. Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aponta em que o custo da cesta básica é de R$ 505,55 no Rio de Janeiro e R$ 519,76 em São Paulo. Os dois estados são os mais castigados pelo número de casos da doença.
O benefício anunciado ontem pelo governo poderá ser retirado na Caixa Econômica Federal, nas agências do INSS ou por meio de um aplicativo ainda não informado pela pasta. A medida custará ao governo R$ 15 bilhões em três meses (R$ 5 bilhões por mês), que equivale o dobro do gasto mensal com o Bolsa Família.
O objetivo da medida é amparar "pessoas desassistidas" durante os impactos econômicos devido a pandemia da Covid-19. "É uma turma valente que está sobrevivendo sem ajuda do Estado sempre e de repente está sendo atingida agora", afirmou o ministro.
Desde o início do atual ciclo, o Copom havia aplicado quatro reduções de 0,5 ponto porcentual e uma de 0,25 p.p., na reunião passada. Agora, o comitê voltou a aumentar o ritmo de corte na taxa básica de juros.