Ministro da Economia, Paulo Guedes quer regras do setor público iguais às da iniciativa privada - Cris vicente/Divulgação
Ministro da Economia, Paulo Guedes quer regras do setor público iguais às da iniciativa privadaCris vicente/Divulgação
Por Letícia Moura*

O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou ontem o lançamento de um vale no valor de R$ 200 como auxílio a trabalhadores informais e autônomos que estão na lista do Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal. Para receber o benefício, o profissional não pode ser inscrito em outros programas sociais do governo, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que é pago para idosos e deficientes de baixa renda. A iniciativa, no entanto, depende que o Congresso reconheça o estado de calamidade pública. O reconhecimento permite a ampliação do gasto público em atendimento à população. A Câmara aprovou o pedido, que seguiu ao Senado. A votação deve ocorrer na semana que vem na Casa.

Segundo Guedes, o valor do vale, chamado de voucher pelo ministro, corresponde a duas cestas básicas. Entretanto, a conta não bate. Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aponta em que o custo da cesta básica é de R$ 505,55 no Rio de Janeiro e R$ 519,76 em São Paulo. Os dois estados são os mais castigados pelo número de casos da doença.

O benefício anunciado ontem pelo governo poderá ser retirado na Caixa Econômica Federal, nas agências do INSS ou por meio de um aplicativo ainda não informado pela pasta. A medida custará ao governo R$ 15 bilhões em três meses (R$ 5 bilhões por mês), que equivale o dobro do gasto mensal com o Bolsa Família.

O objetivo da medida é amparar "pessoas desassistidas" durante os impactos econômicos devido a pandemia da Covid-19. "É uma turma valente que está sobrevivendo sem ajuda do Estado sempre e de repente está sendo atingida agora", afirmou o ministro.
Taxa de juros cai a 3,75%
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Com intuito de diminuir o impacto na economia, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu ontem reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 4,25% para 3,75% ao ano. Este é o sexto corte consecutivo da taxa no atual ciclo, após período de 16 meses de estabilidade. Com isso, a Selic está no menor nível da série histórica do Copom, que começou em junho de 1996.

Desde o início do atual ciclo, o Copom havia aplicado quatro reduções de 0,5 ponto porcentual e uma de 0,25 p.p., na reunião passada. Agora, o comitê voltou a aumentar o ritmo de corte na taxa básica de juros.
A crise global decorrente da pandemia da Covid-19 levou diversos bancos centrais do mundo a intensificar o afrouxamento das condições monetárias em economias centrais desde o último fim de semana.
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Reportagem sob supervisão de Martha Imenes