Sessão remota do Senado - Waldemir Barreto/Agência Senado
Sessão remota do SenadoWaldemir Barreto/Agência Senado
Por Marina Cardoso

O Senado aprovou ontem o substitutivo da Câmara do Projeto de Lei 873/2020 para ampliar o auxílio emergencial de R$ 600 a outras categorias de profissionais informais e autônomos, no enfrentamento da crise da pandemia do novo coronavírus. Entre elas estão motoristas de aplicativo, taxistas, pescadores, manicures, diaristas e artistas. Assim como outros trabalhadores, as novas categorias receberão pagamento por três vezes. A proposta segue, agora, à sanção do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o Ministério da Economia, a ampliação terá custo de R$ 9,7 bilhões. A proposta foi aprovada por unanimidade, com 80 votos. No projeto, o auxílio é estendido a mães solteiras menores de 18 anos e pais solteiros, que poderão receber valor dobrado (R$ 1,2 mil), e permite que beneficiários que ganharam mais de R$ 28.599,70, em 2018, também tenham acesso ao dinheiro. 

De acordo com o projeto, trabalhadores submetidos a contratos intermitentes com renda mensal inferior a um salário mínimo terão acesso ao benefício. O Senado excluiu da versão da Câmara a previsão do auxílio emergencial para quem não tem CPF ou título de eleitor. A situação está no Judiciário.

Após alteração na Câmara, os senadores devolveram ao projeto a ampliação do BPC, pago a idosos e pessoas com deficiência, de baixa renda. A proposta garante o BPC para quem tem renda familiar de meio salário mínimo mensal. Hoje, o limite é de um quarto do salário mínimo. Ou seja, mais pessoas passariam a ter acesso. O governo é contra a medida, calculando impacto de R$ 20 bilhões no ano.

Em uma rede social, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou que mais uma vez a casa cumpriu sua obrigação diante das dificuldades impostas aos trabalhadores brasileiros: "Milhares de brasileiros aguardam esse dinheiro para minimizar os efeitos na queda de renda por conta da redução de toda a atividade econômica. Essa matéria precisa ser sancionada o mais breve possível". 

Trabalhadores sofrem com falta de resposta da análise do auxílio emergencial
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Embora o calendário para quem se inscreveu no site ou aplicativo em busca do auxílio emergencial tenha começado há mais de 10 dias, muitos trabalhadores ainda não viram a cor do dinheiro em suas contas. Para quem está sem trabalhar e vive as consequências da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), os R$ 600 ajudariam na compra de mantimentos para casa e no pagamento de contas atrasadas.
Um dos trabalhadores que vive esse drama é Higor Claudino, de 24 anos, que se cadastrou no aplicativo do auxílio emergencial no dia 7 deste mês, data do lançamento da ferramenta, e ainda não recebeu a renda básica. "Na quinta-feira passada, eu vi que meu auxílio foi aprovado. Esperei, mas não entrou na conta que tenho no Banco do Brasil e no aplicativo diz que o dinheiro já está na conta. Entrei em contato com o BB e Caixa Econômica, fui até as agências, porém não me dão uma posição. É uma situação muito desconfortável e estressante", desabafa.
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O motorista Luan Pereira, de 25, também vive dias de angústia com uma falta de resposta. Por conta disso, ele precisou se virar neste período da pandemia para conseguir trazer dinheiro para casa. Ele tem trabalhado em um lava jato para ajudar a família. "As contas chegam, mas o auxílio não chega. Me cadastrei no dia 7 e até hoje está em análise. Por ter conta poupança na Caixa Econômica achei que seria mais fácil. Eu e minha esposa olhamos várias vezes ao dia", disse.
Questionada a Caixa Econômica informou que o cidadão deve aguardar o resultado da avaliação efetuada pela Dataprev, instituição do Governo Federal responsável por verificar se o trabalhador cumpre todas as exigências previstas na lei. O banco efetuará a liberação dos recursos em até três dias úteis após o recebimento das informações pela Dataprev, para os cidadãos que tiverem o direito ao benefício reconhecido.
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