Alimentação representa 92% dos gastos principais dos entrevistados, em seguida aparecem os produtos de limpeza, higiene pessoal e farmacêuticos - Gilvan de Souza / Agencia O Dia
Alimentação representa 92% dos gastos principais dos entrevistados, em seguida aparecem os produtos de limpeza, higiene pessoal e farmacêuticosGilvan de Souza / Agencia O Dia
Por Maria Clara Matturo*
A pandemia do novo coronavírus já afetou diversas áreas do cotidiano, inclusive o comportamento de consumo. Segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), 54,8% das pessoas deixaram de comprar no Rio e 92% estão gastando principalmente com alimentação.
O levantamento, que tem como objetivo acompanhar a evolução das atitudes pós pandemia, foi feito com 962 consumidores de todo o estado. O presidente da Fecomércio no Rio, João Gomes, afirmou que "neste momento os consumidores não pensam em comprar nada que não seja de subsistência, isso explica os 92% que apontaram alimentação como gasto principal".
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Os produtos de limpeza aparecem em segundo lugar, representando 66% dos itens mais adquiridos, seguido dos produtos de higiene pessoal, com 63%, farmacêuticos com 39% e pets com 18,5%. O diretor explicou que apesar do receio do futuro ainda ser grande, a situação já foi mais preocupante: "54,8% para suspensão da decisão de compra ainda é um numero alto, mas já foi maior. Em março, a mesma pesquisa apontou como 62,7% os que deixaram de comprar. Isso mostra que o desespero inicial está controlado".
Isolamento social aprovado
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A iniciativa também buscou entender a visão desses consumidores sobre o cenário atual e apontou que 78,8% dos entrevistados evitam sair de casa e 72% são a favor do afastamento social. Além disso, 20% alegou acreditar que o período de isolamento ainda deve durar cerca de dois meses, enquanto 18% acham que levará menos de um mês para a quarentena acabar.
Novos hábitos devem continuar
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Para o cenário do comércio após a pandemia, João Gomes disse que alguns hábitos devem permanecer e acredita no grande crescimento do e-commerce: "34% das pessoas disseram que tem utilizado mais os serviços de delivery. Provavelmente ainda vamos conviver com isso por algum tempo, mas quando acabar, acredito que o consumo online deve continuar sendo um hábito".
Fatores como o mix de produtos, fluxo menor de pessoas na rua e periodicidade das compras também estão nas apostas do diretor, que reforça a relevância dos estudos: "essa é a importância das pesquisas regulares, estamos estudando como ficará o comportamento dos consumidores depois. Queremos entender não só o retrato pessoal desse comportamento, mas também a questão financeira relacionada a esse ponto, tudo isso está dentro de um mesmo contexto".
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*Estagiária sob supervisão de Martha Imenes