Funcionários da estatal refutam prejuízo nos Correios e apontam lucro de R$ 1 bilhão em meio a pandemia - Divulgação
Funcionários da estatal refutam prejuízo nos Correios e apontam lucro de R$ 1 bilhão em meio a pandemiaDivulgação
Por O Dia
O que será que as cidades de Tocantins e Alagoa, ambas em Minas Gerais, têm em comum? Não apenas o fato de serem cidades pequenas, de hábitos simples, mas tanto uma quanto a outra devem muito de seu desenvolvimento econômico aos serviços prestados pelos Correios. E não se trata apenas de envio e recebimento de correspondências, serviço esse, por sinal, considerado essencial para todos. O fato é que essas duas cidades deram um salto no seu desenvolvimento econômico depois que começaram a utilizar os serviços de entrega dos Correios para escoar a produção local.
Na cidadezinha de Alagoa, a história começou há 11 anos, quando o empresário Osvaldo Barros Filho visitou um produtor da região que estava com dificuldades para vender seus queijos. Com o objetivo de ajudá-lo, Osvaldo teve a ideia de vender queijos pela internet e o sucesso das vendas não teria sido possível sem a parceria com os Correios. Claro que a visão empreendedora de quem acreditou no comércio eletrônico foi primordial para que tudo desse certo e hoje, pouco mais de uma década depois, os Correios ajudam a transportar cerca de uma tonelada e meia de queijos por mês. Tudo produção local.

O administrador postal Tadeu Fontes, hoje aposentado, explica que o papel dos Correios é muito mais do que comunicação, mas também de logística e transporte.
"Até meados dos anos 70, a empresa lidava apenas com objetos postais, de correspondência. Com a chegada da marca Sedex, as coisas foram mudando, e não demorou muito para que o Sedex se consolidasse e começasse a ser usado não apenas para documentos, mas também para transporte de cargas fracionadas", diz.
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Tadeu conta que ali, naquele momento, com a possibilidade de encomendas normais e expressas, se dava o início do que conhecemos hoje como e-commerce. Tadeu acrescenta que em meados dos anos 90, numa das muitas viagens a trabalho pelo interior de Minas Gerais, conheceu a cidadezinha de Tocantins, cuja vocação era o beneficiamento das folhas de fumo. Porém, a dificuldade era justamente como transportar a produção de fumo para os grandes centros.
"Logo no primeiro mês da parceria dos Correios com os produtores de fumo da região, a receita da agência aumentou 50%. Um ano depois, a cidade era outra, próspera e com os telhados das casas todos arrumados, o que no interior é sinal de que a cidade deu um salto de qualidade na economia", diz o administrador.
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Exemplos como Tocantins e Alagoa revelam que os Correios ajudam a integrar essas cidades ao restante do país e do mundo, fortalecendo a cadeia de produção e viabilizando crescimento econômico. Para o diretor da Associação dos Profissionais dos Correios (ADCAP), Roberval Borges, os Correios funcionam como uma janela que se abre para qualquer lugar do mundo, facilitando a integração com outros mercados e fazendo com que a economia local se desenvolva.
"Os Correios oferecem uma gama enorme de possibilidades, pois se trata, digamos assim, de uma plataforma múltipla, que possibilita, além da compra e venda de produtos, todo um trabalho de logística e até mesmo como meio de pagamento, através do vale-postal eletrônico, facilitando a vida dos cidadãos, que podem pagar e receber valores direto nos caixas das agências espalhadas nos mais de cinco mil municípios do país", acrescenta.

Roberval admite que muitos dos serviços prestados pelos Correios deveriam ter sido atualizados no decorrer dos últimos anos, mas que mesmo assim, a empresa é uma parceira natural de todo brasileiro. Não é à toa que muitos empresários brasileiros têm sobrevivido aos efeitos da pandemia graças à parceria com os Correios, que não medem esforços para dar conta do aumento da demanda no setor de encomendas.
Roberval compara o potencial dos Correios ao potencial do Brasil: "Com boa gestão, planejamento com foco, investimentos em novos processos e tecnologia e, principalmente, valorizando e motivando as pessoas o futuro dos Correios será de muito sucesso".