Maia: 'Temos que dar uma resposta importante para a sociedade' - Reprodução
Maia: 'Temos que dar uma resposta importante para a sociedade'Reprodução
Por MARTHA IMENES
A pressão sobre a ampliação do auxílio emergencial de R$ 600, pago a trabalhadores informais, desempregados e autônomos, ganha força. E no que depender da Câmara, o auxílio será prorrogado em, no mínimo, dois meses. Em coletiva ontem, o presidente da Casa, Rodrigo maia (DEM-RJ), disse que ampliar o pagamento é urgente. "O governo não vai quebrar se pagar mais duas parcelas de R$ 600", disse Maia, em resposta ao presidente Jair Bolsonaro, que alegou que o governo pode não suportar este peso e defendeu a redução da parcela para R$ 300.

E a pressão não para: o movimento Renda Básica que Queremos, que reúne 163 organizações da sociedade civil, lançou campanha online para pressionar parlamentares pela prorrogação do auxílio até dezembro, quando termina o estado de calamidade pública. O grupo está coletando assinaturas em www.rendabasica.org.br. As adesões serão enviadas diretamente para parlamentares por email.
Bolsonaro já afirmou, via redes sociais, que vetará qualquer proposta que amplie o pagamento dos R$ 600.

Procurado, o Ministério da Economia afirmou ao O DIA que a prorrogação (ou não) depende da pasta da Cidadania, que até o fechamento desta edição não se pronunciou.

'Carimbo'
Deputados e senadores, segundo a Agência Estado, avaliam que a disputa pelo "carimbo" do programa em tempos de eleição deve manter o valor em R$ 600. A definição deverá ficar por conta da quantidade das parcelas , que pode ir de 2 a 6.

Diante do avanço da discussão no Congresso da criação de um programa de renda mínima mais robusto, como sugeriu Maia, a equipe econômica já anunciou que vai implementar o programa de Renda Brasil, versão mais ampla do Bolsa Família.

Maia quer diálogo com o governo
Em coletiva, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) defendeu o diálogo com o governo para conseguir a prorrogação do benefício, Maia alegou que o saldo de não estender o benefício pode ser mais negativo do que os encargos financeiros que virão com a aprovação da medida.

"A gente sabe que tem um custo, mas o custo maior é não renovar", afirmou na coletiva. "Quanto custa não renovar para milhões de brasileiros que ficaram sem renda?", questionou. "Precisamos dar uma resposta importante para a sociedade brasileira no curto prazo", disse Maia.

"Acho que nós deveríamos, em conjunto com o poder Executivo, organizar o debate do que seria uma renda mínima permanente. Acho que seria uma resposta importante para a sociedade brasileira no curto prazo", disse Maia.

Para o presidente da Câmara, é necessário pensar em um "grande programa com foco na renda dos mais vulneráveis". No entanto, Maia fez a ressalva de que pagar os R$ 600 por tempo indeterminado seria "inviável".