Principal dica de especialistas é fazer um levantamento de todos os gastos mensais e cortar o que for supérfluo - Reprodução internet
Principal dica de especialistas é fazer um levantamento de todos os gastos mensais e cortar o que for supérfluoReprodução internet
Por MARTHA IMENES
O crescimento da economia brasileira anda a passos de tartaruga, ainda mais depois da pandemia de coronavírus, que freou os setores produtivos e o comércio impactando negativamente os números. Na esteira desse resultado, o quantitativo de desempregados chegou a 12,7 milhões de pessoas em junho e outros 7,2 milhões de pessoas tiveram seus salários e jornada de trabalho reduzidos. Diante desses números desoladores, especialistas advertem que está na hora de colocar as finanças em ordem e cortar gastos para não ficar no vermelho, nem com a corda no pescoço. Quer saber como? O DIA pegou dicas com especialistas para dar uma mãozinha pro leitor não ficar no aperto.
Um levantamento feito pelo educador financeiro Reinaldo Domingos, da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), mostra que 25% das despesas domésticas são supérfluas. O que quer dizer que podem ser reavaliadas e algumas até cortadas.  
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"Para saber como reduzir ou cortar despesas é preciso conhecer todos os seus gastos - não apenas os maiores e mais expressivos, mas especialmente os menores e que são tidos sem muita atenção. Faça um diagnóstico de sua vida financeira anotando por 30 dias tudo o que gasta, separando por tipo de despesa, incluindo cafezinhos e gorjetas. Assim, verá uma realidade muito diferente da que imagina", orienta Reinaldo Domingos.
A especialista em organização, Rafaela Oliveira, do blog Organize sem frescura, concorda com Domingos e explica como fazer economia com as despesas domésticas. O primeiro passo é o supermercado. Rafaela alerta: "Não faça compra com fome. Você pode acabar comprando mais porque dá aquela vontade de comer tudo. Faça listas. Organize seu carrinho de compras e visualize todos os produtos para ver o que comprou e o que ainda falta". Ela orienta ainda a manter uma ou duas compras mensais. "Ir ao mercado comprar um item pode ser um perigo, e você pode sair com a cestinha lotada", diz.
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Um em cada 5 teve salário reduzido
Um em cada cinco trabalhadores brasileiros teve jornada e salário reduzidos por conta da crise econômica provocada pela pandemia de coronavírus, que no Brasil já matou mais de 68 mil pessoas em quatro meses.
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O Brasil já tem 7,2 milhões de pessoas com carteira assinada recebendo menos, segundo dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. Esse número representa 21% dos trabalhadores formais do país.

A redução das jornadas de trabalho (com corte proporcional no pagamento) por até 90 dias e a suspensão dos contratos por até 60 dias foram viabilizadas pela Medida Provisória 936, de 1º de abril.
Demanda maior de energia em período de isolamento
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Durante o período de isolamento, a demanda por energia nas residências aumentou, já que as pessoas estão mais tempo em casa. A Proteste, Associação de Consumidores, diz que algumas mudanças de comportamento podem ajudar o consumidor a aliviar despesas fixas, como contas de eletricidade e gás. Além do aspecto ambiental, com menor desperdício de recursos naturais, economizar energia faz muita diferença no bolso. Segundo pesquisa sobre os impactos da pandemia, parte da população está com dificuldade de pagar despesas essenciais .

"De maneira geral, é importante que o consumidor entenda que economizar energia significa mudar hábitos, além de ter planejamento e controle, o que pode afetar, principalmente, o seu conforto", destacou o pesquisador da Proteste, Dino Lameira. Segundo ele, essa é uma das dificuldades em colocar uma nova rotina em prática. "Além disso, os resultados dependem da mudança de comportamento de outras pessoas que convivem no mesmo ambiente, o que exige um comprometimento maior por parte de todos", observou.

Importante destacar que, nesse período de pandemia, as tarifas de energia já tiveram redução. No dia 26 de maio, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu que só haverá bandeira verde até o final do ano. Além disso, também houve diminuição dos preços tanto do gás de cozinha quanto, em algumas regiões, do gás encanado. Por exemplo, no dia primeiro de maio, no Rio de Janeiro, a queda tarifária na Região Metropolitana foi de, aproximadamente, 2,5% para o segmento residencial. No interior fluminense, o percentual médio de diminuição foi de 3,6% para domicílios.

Outro detalhe importante para o estado é que o reajuste, decorrente do barateamento da aquisição do gás natural fornecido pela Petrobras, vai beneficiar cerca de um milhão de clientes, segundo a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa). Na média nacional, a redução do preço do gás de cozinha já chegou a 13,4%.

O desperdício de energia, não apenas residencial, mas de todos os setores, foi responsável por mais de R$ 71 milhões jogados no lixo por dia, ou R$ 52 bilhões em dois anos, de acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), que analisou os anos de 2015 a 2017. "Isso representa, aproximadamente, metade de toda a produção de energia elétrica de Itaipu no mesmo período", ressaltou Lameira.

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Quatro dicas para economizar energia
Retire os aparelhos elétricos da tomada

Quando não estiver utilizando os aparelhos eletrônicos, retire-os da tomada. Claro que isso não vale para um refrigerador, por exemplo, mas não é necessário deixar um notebook ou celular carregando durante a noite toda. De acordo com Dino Lameira, da Proteste, a maioria dos eletrodomésticos pode (e deve) ser desconectada da tomada quando não está em uso. "Isso evita o chamado consumo em standby, responsável por até 12% do gasto total de energia elétrica de uma residência", destacou. "Para exemplificar, se o gasto com energia elétrica de uma residência for de R$ 200, até R$ 24 se referem ao consumo de energia em standby", afirmou.

Substitua lâmpadas comuns por LEDs

Apesar de serem mais caras, as lâmpadas com tecnologia LED têm duração maior e seu consumo pode chegar à metade das fluorescentes. Por exemplo, existem lâmpadas fluorescentes de 15W que iluminam o mesmo que as versões LED de 8,5W. "Para um consumo de 4 horas em uma residência, ou seja, 120 horas por mês, as fluorescentes vão gastar R$ 0,98 e as LED, R$ 0,56. Ou seja, uma economia mensal de R$ 0,42 por lâmpada. Se uma casa possui 10 lâmpadas, estamos falando de uma economia de R$ 4,20 por mês", disse o especialista, lembrando que o valor utilizado para o cálculo da energia foi de R$ 0,56 kWh/mês, que é a média do custo no Brasil, sem as taxas. "Assim, nos casos em que a energia for mais cara, essa economia se torna maior ainda. Mas, não adianta trocar as lâmpadas e deixá-las acesas sem necessidade", acrescentou.

Cuidado com o tempo do banho

Banhos demorados não gastam somente energia, mas água também. Então, supervisionar o tempo gasto embaixo do chuveiro é economia na certa. Em uma casa com cinco pessoas, por exemplo, o chuveiro elétrico pode pular de 18,5% do total da conta no verão, para 39,8% no inverno. Assim, todo o cuidado é pouco nas épocas de mais frio.

Compre de forma consciente

Comprar um produto bem dimensionado e econômico ajuda a economizar no final do mês. Por exemplo, um ar-condicionado com a correta quantidade de BTUs faz com que, durante seu funcionamento, a temperatura desejada seja atingida utilizando menos potência, por exemplo.
Da mesma forma, um aquecedor de água a gás bem dimensionado, permite que a água esquente com menor potência.
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"Não adianta, também, comprar um fogão com um forno enorme se o consumidor não faz assados grandes diariamente. Assim, quando vai utilizar este recurso, acaba sendo necessário mais gás para esquentar todo aquele espaço. Ou seja, um produto com um forno menor faria do mesmo jeito. Conhecer os hábitos, as informações de desempenho energético e de capacidade que estão presentes nas etiquetas do Inmetro para a maioria dos produtos é o primeiro passo para economizar energia", orientou o especialista.