APLICATIVO JUDICIAL - ARTE KIKO
APLICATIVO JUDICIALARTE KIKO
Por Marina Cardoso

Processos judiciais costumam ser longos e dispendiosos para ambas as partes. Neste cenário, a mediação dos conflitos tem sido apontada como um caminho eficaz para enfrentar esse desafio. Uma proposta é a do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais (Nupemec) do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), que trabalha na criação de uma plataforma de conciliação online para resolver os conflitos de forma mais eficiente. A ferramenta promete resolver em até três horas conflitos entre clientes e operadoras na área de saúde complementar. 

Primeiramente, o projeto prevê tanto o usuário quanto seu advogado se cadastrem no sistema e recebam todas as informações relacionadas ao contrato. Dessa maneira, a interação com o sistema, baseado em inteligência artificial, servirá como parâmetro para entender o problema e da tomada de decisão.

"A carência de informação já é imediatamente suprida com a identificação dos pontos reivindicados e o que apresenta o contrato", explica o desembargador Cesar Cury, presidente do Nupemec.

Porém, se o cliente não encontrar uma solução, o sistema admite uma negociação direta, online, com o representante da empresa. Mas se ainda não houver solução, há uma terceira fase - mediador online, que pode intervir para aproximar o diálogo. "Há, ainda, uma quarta etapa de atendimento presencial feito em ambiente extrajudicial e com a presença de um perito judicial. A perspectiva para um atendimento presencial é de até 48 horas", afirma Cury. 

Será uma multiplataforma tanto para celular quanto para computador e de forma transparente ambas as partes. "É uma solução que atende a todos, um projeto que foi bem recebido. Inicialmente, trataremos no sistema de casos mais simples", explica Cury.

Aberta à participação de empresas
Publicidade
A expectativa, segundo Tiago Salles, presidente do Instituto Justiça & Cidadania, é que a plataforma trate de outras questões além das operadoras de saúde: "Para o início da plataforma, o piloto vai começar com planos de saúde, mas ao vermos que está 100% iremos para outras mediações".
Mas, para o pleno funcionamento é necessário que as empresas participem da plataforma e que disponibilizem todos os usuários ativos. "Precisamos dessa conscientização das empresas de saúde. Há uma análise econômica que avalia se a plataforma vale a pena ou não. Está em fase final e esperamos que chegue no final de agosto", informa Salles.
Publicidade
Segundo Salles, existe hoje um grande volume de processos no Brasil relacionados à saúde e um alto custo gerado. "Isso representa um desafio para o Poder Judiciário e agentes do setor privado", afirma.
Para o vice-presidente da Qualicorp, Pablo Meneses, o sistema é pode evitar a hiperjudicialização. "Na nossa empresa é baixo, mas ainda assim o melhor caminho é a conversa. A empresa tem que buscar uma solução para o cliente. Vamos aderir a essa plataforma porque, para nós, é importante fortalecer a resolução de conflitos", afirma ele. 
Publicidade
Você pode gostar
Comentários