Proprietário de uma loja em Nova Iguaçu, Ailson teve queda nas vendas e teme os próximos meses   - Luciano Belford
Proprietário de uma loja em Nova Iguaçu, Ailson teve queda nas vendas e teme os próximos meses Luciano Belford
Por Marina Cardoso

Rio - Apesar dos governos municipais e estaduais terem flexibilizado o isolamento social para o reaquecimento da economia, o comércio carioca de rua ainda não reagiu depois da reabertura e tem provocado a maior circulação de pessoas nas ruas, podendo aumentar a infecção do coronavírus. De acordo com o Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio) e o SindilojasRio, que juntos representam mais de 25 mil empresas, os lojistas registraram uma queda de 80% em média das vendas em comparação ao mesmo período do ano passado.  

O presidente do CDLRio, Aldo Gonçalves, lembra que o comércio vem atravessando uma prolongada crise, com acúmulo de resultados negativos, como reflexo da má situação política e econômica do Rio nos últimos anos, e a pandemia do coronavírus agravou ainda mais esta situação. 

"A economia já estava enfraquecida antes da pandemia. O movimento de vendas do ano passado foi um fracasso, nenhuma data comemorativa apresentou o resultado esperado. Já enfrentávamos a questão do desemprego e falta de segurança. Agora com o retorno do comércio, o fraco movimento registrado tem mostrado que o consumidor continua preocupado com a doença", afirma ele. 

Apesar de o governo ter disponibilizado linhas de crédito na tentativa de amenizar a crise, os comerciantes, especialmente os micro e pequenos empresários, encontram dificuldades para acessá-las. "Se isso não mudar rapidamente, milhares de negócios do setor não sobreviverão. Muitas empresas precisam de verbas repassadas diretamente para os lojistas", diz Aldo. 

Para o especialista em varejo Marco Quintarelli, os lojistas que não se reinventaram dificilmente vão conseguir se sustentar ao fim da pandemia. "Os que não conseguiram se adaptar e descobrir novos canais de venda e reduzir seus custos estão sofrendo, pois a demanda é muito menor do que se esperava e ainda existe muitas incertezas", afirma ele.

Para Ailson Timóteo, de 46 anos, proprietário da loja Novo Visual, em Nova Iguaçu, as vendas tiveram queda de 70%. Ele conta que foi necessário demitir 13 funcionários. "Não costumo reclamar, mas está muito difícil. Estou tentando crédito para a loja para as coisas melhorarem", conta o lojista.

 

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