Vemos um estado estático, em função de denúncias e do processo de impeachement do governador, fruto dos desencontros e desastre que foi a política adotada para o combate a pandemia da covid-19. Não existem programas de investimento em nenhum setor e, para complicar mais, o estado segue na batalha para se manter no Plano de Recuperação Fiscal. Ainda vai enfrentar, pela frente, o processo de privatização da Cedae.
Já o Município do Rio de Janeiro, que vem tendo atuação bem mais conservadora no combate à pandemia, por outro lado, apresenta um enorme descontrole em relação aos gastos públicos. A Secretária Municipal de Infraestrutura, Habitação e Conservação, responsável pelos investimentos na área de infraestrutura, vem tendo uma atuação no mínimo preocupante. Acumula dívidas enormes com as empresas que para ela trabalham. Por exemplo: ainda persistem dívidas correspondentes às obras contratadas em regime de emergência, concluídas em março, para contenção das encostas da Avenida Niemeyer.
Não vamos elencar todos os setores ou exemplos dos problemas que a prefeitura enfrenta no que tange a infraestrutura, no entanto, não podemos deixar de citar uma obra ícone que é a famosa via expressa Transbrasil, que se arrasta por, no mínimo, quatro anos transformando o uso da Avenida Brasil numa via crucis.
O que se constata com essa realidade quer seja do estado quer seja da prefeitura é que cada vez mais nosso setor se apequena, as empresas que atuam na construção e manutenção de nossa infraestrutura perdem substância, desaparecem e postos de trabalho são perdidos: de 2016 para hoje foram mais de 100 mil.
É importante lembrar que esse setor é a alavanca da retomada, o que mais, rapidamente, gera empregos e, feitas as escolhas em investimentos certos, a qualidade de vida da população melhora.
*Presidente-executivo da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro