
Além das demissões, as mulheres enfrentam dificuldades para buscar vagas e permanecerem no mercado de trabalho. Sem contar seus rendimentos, que são menores que o dos homens. Dados de 2019 do IBGE, divulgados no início do mês, indicam que o rendimento médio das mulheres era equivalente a 77,7% da renda dos homens.
No geral, o cenário é desalentador: números de junho apontam que o desemprego atinge 13,3% da população. Ou seja, 12,8 milhões de pessoas estão sem trabalho.
Para auxiliar na recolocação no mercado de trabalho, O DIA pegou dicas de cursos para mulheres que queiram empreender e não sabem. Um deles é o Aladas. Além disso, listou 1.050 vagas em três plataformas para ambos os sexos. Sendo duas em home office (B2W e Carupi, com 375) e no varejo (Asserj, que tem 675 no Rio e 3.018 no país). Todas com processo seletivo online.
Desafio para elas
Diante desse cenário desolador para mulherada, antes mesmo da pandemia, surgiu o movimento Aladas, que visa formar e recolocar mulheres no mercado de trabalho via empreendedorismo. O desafio para muitas mulheres é justamente buscar informação e formação. E a internet tem sido uma ferramenta poderosa para levar esse conhecimento ao público feminino.
Na plataforma digital do Aladas é possível fazer cursos gratuitos, ter acesso a conteúdos e vídeo-depoimento de mulheres que conseguiram dar a volta por cima. "O movimento Aladas nasce para unir, encorajar, apoiar e capacitar mulheres que querem abrir seus negócios ou melhorar sua capacidade de gestão", conta Daniela Graicar, que junto com Christiane Aché e Cristiane Camargo, criou a plataforma.
Os cursos oferecidos são: Que negócio posso abrir?, Sua mente é empreendedora?, Você mais produtiva, Network de valor, Futuro do trabalho, e Startups x empresas tradicionais. As aulas online têm duração de 30 minutos e no portal (www.aladas.com.br) tem tudo gravado, como palestras, podcasts, depoimentos, casos de sucesso, por exemplo. E em breve as fundadoras darão início às mentorias individuais. As iniciativas podem ser vistas em @somos_aladas.
Mulheres investem mais em cursos de capacitação
Mais de 60% dos alunos da A+Online são mulheres. O levantamento foi feito pela Agência A+, boutique de comunicação integrada no Rio de Janeiro, que se reinventou na quarentena e lançou um novo braço de negócios voltado para capacitação online. Os cursos, de baixo custo, tem como foco pequenos empreendedores que querem ingressar no digital, mas não tem condições de ter uma agência. A ideia é aprender, na prática, como impulsionar as redes sociais e os negócios.
De acordo com dados da segunda edição da pesquisa Pnad Covid-19 mensal, do IBGE, o mercado de trabalho ainda é muito desigual entre os gêneros, com mais de 18,3% de mulheres afastadas do trabalho em junho devido à pandemia do novo coronavírus muito superior à de 11,1% de homens nesta mesma situação. Como forma de driblar esse cenário, muitas acabam apostando em capacitação.
“A pandemia veio como um grande desafio para todas as empresas, independente do seu segmento e tamanho no mercado. Desde o início, procuramos de fato enxergar as oportunidades e como poderíamos nos reinventar através dos nossos serviços e ajudar também nossos clientes a enfrentar esse momento”, comenta Tatiana Marzullo, executiva e fundadora da Agência A+.
“Eu pensei que era a hora de estar fortemente no digital! Na A+Online, tive a oportunidade de ter um conteúdo de alta qualidade e relevante para a minha carreira que, de fato, agregou valor ao meu momento atual. Estou colocando na prática os aprendizados que fizeram diferença para o meu negócio nas redes sociais”.
Via app: 675 vagas para o varejo no Rio
A Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj) tem 675 oportunidades de emprego no varejo do Rio na plataforma gratuita Vagas no Varejo. No país, são 3.810 vagas de trabalho para ambos os sexos. O portal foi lançado no dia 1º de maio pela associação, junto com outras 29 entidades ligadas ao segmento varejista com o objetivo de divulgar as oportunidades e auxiliar na recolocação de profissionais que tiveram seus empregos afetados devido à pandemia de coronavírus.
Desde janeiro, Denise Pacheco, 48 anos, buscava uma chance de trabalho, após deixar o emprego no fim de 2019. Com a chegada da pandemia, ela achou que não teria chances de encontrar uma colocação tão cedo, até se inscrever para uma oportunidade no Prezunic, por meio do portal Vagas no Varejo. Hoje, Denise atua como atendente de caixa na unidade do Fonseca, em Niterói.
"Antes de me inscrever no portal, eu saía de casa todos os dias em busca de emprego. Achei incrível me telefonarem apenas 15 dias depois de fazer a minha inscrição. Estou muito feliz neste emprego. Fui bem acolhida e me sinto em casa", comemora Denise.
Segundo Keila Prates, superintendente da Asserj, a plataforma permanecerá após a pandemia devido a alta funcionalidade. "O Vagas no Varejo se tornará um portal de uso contínuo do setor supermercadista. Até então não tínhamos um meio específico que reunisse todas as oportunidades no varejo. A plataforma tem potencial para ser um portal fixo de contratação, que ficará por muito tempo servindo como local de busca de talentos para o setor".
A Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe) participou ativamente da criação do projeto, idealizado em parceria com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Cadastro de empresas
As empresas interessadas em recrutar profissionais também terão uma área exclusiva no portal http://www.vagasnovarejo.com.br, no qual poderão cadastrar suas oportunidades. Elas serão responsáveis por excluir as vagas que forem preenchidas e assinarão um termo no qual se comprometem a não utilizar as informações dos candidatos para qualquer outra finalidade, como venda de produtos ou serviços.
B2W Digital oferece 300 vagas
A B2W Digital - dona das marcas Americanas, Submarino, Shoptime e Sou Barato - está com mais de 300 vagas abertas. As oportunidades são para cargos variados em áreas como Marketing, Comercial, Financeiro e Recursos Humanos, além de diversas frentes de tecnologia. Os contratados começarão a trabalhar em home office e, para isso, receberão em suas casas os equipamentos necessários para realizar suas atividades.
O processo seletivo para as vagas será 100% online e terá entrevistas com a área de Gente & Gestão e lideranças da companhia. Os pré-requisitos variam de acordo com cada cargo e podem ser conferidos na nova página de carreiras da companhia ( http://carreiras.b2w.io/ ), onde os candidatos também conseguem se inscrever para concorrer às vagas, além de saber mais sobre a B2W.
"Temos diversas frentes de negócio envolvidas na construção da nossa plataforma digital, que vão desde marketplace a tecnologia. Por isso, oferecemos oportunidades para profissionais de diversas áreas", conta José Mauro Barros, diretor de Gente & Gestão da B2W Digital. "Estamos com um volume alto de vagas abertas. Queremos trazer as melhores pessoas para crescerem junto com a B2W e também promover um impacto positivo por meio da geração de empregos", complementa.
De acordo com a companhia, além de salário compatível com o mercado, são oferecidos benefícios como assistência médica, assistência odontológica, vale-refeição, seguro de vida, auxílio creche e desconto nas lojas físicas da Americanas e nos sites da B2W.
Carupi tem 75 novas oportunidades
Em meio à crise do coronavírus, a Carupi, empresa de compra e venda de veículos usados sem sair de casa, abriu 75 novas vagas de emprego para vendedores 100% home office no formato de profissionais autônomos. As vagas são para todo o Brasil mediante envio de currículo para recruiting@carupi.com.
Os candidatos aprovados terão acesso a comissões mediante bom desempenho, treinamentos e ferramentas digitais de última geração. Não existe pré-requisito para se candidatar.
Na contramão da crise, a startup cresceu 8 vezes na pandemia mesmo com a queda de 90% do setor automobilístico. A Carupi foi fundada em setembro do ano passado e recebeu aporte de US$ 150 mil da aceleradora Y Combinator, que também lançou o Airbnb, Dropbox, Rappi, entre outras startups.
Nesse ambiente virtual também é possível encontrar uma vaga de emprego gratuitamente. A plataforma Goowit une trabalhador e empresa em um "match". O usuário pode baixar o aplicativo no celular e fazer o cadastro em https://goowit.com/.
A pesquisa do IBGE mostra que em 2019 houve maior crescimento no rendimento dos trabalhadores sem instrução, que subiu 9,03%, de R$ 842 para R$ 918 por mês. Já os com ensino superior completo cresceu 2,22%, de R$ 4.997 para R$ 5.108 por mês.
Em 2019, a taxa de desemprego caiu para 11%, contra 12,3% no ano anterior, com o crescimento do número de trabalhadores informais, que atingiu o maior nível desde 2016. No primeiro trimestre de 2020, o desemprego voltou a subir, já sob o efeito da pandemia de coronavírus, chegando a 12,2%. Agora está em 13,3%, segundo dados de junho. Os de julho somente serão divulgados em setembro.
Entre abril e junho, a taxa de desemprego chegou a 13,3%, de 12,2% no primeiro trimestre. O resultado da Pnad Contínua divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) igualou a taxa do trimestre encerrado em maio de 2017 e mostrou ainda forte piora em relação aos 12% de desemprego no segundo trimestre de 2019.