Equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, finaliza propostas  - Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, finaliza propostas Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Por O Dia
O Ministério da Economia negou no período da tarde desta quarta-feira, os rumores de uma convocação da imprensa para pedido de demissão do ministro Paulo Guedes. Segundo a assessoria de imprensa da pasta, Guedes "continua despachando normalmente" e está em videoconferência com secretários estaduais de Fazenda, conforme já previsto em sua agenda oficial.

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Paulo Guedes alegou risco de prejuízo aos cofres públicos e Rodrigo Maia falou em "controle de gastos" José Cruz/Agência Brasil
Equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, finaliza propostas Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Dono da chave do cofre, Guedes defende benefício de R$ 247. Visando a reeleição em 2022, Bolsonaro quer R$ 300 Marcos Corrêa/PR
Bolsonaro e Guedes: teste para ver se a volta da CPMF cola na Congresso e com a população, que pagará mais um imposto Antonio Cruz/Agência Brasil
Ministro da Economia, Paulo Guedes Marcello Casal Jr / Agência Brasil
Ministro Paulo Guedes Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Ministro da Economia, Paulo Guedes Valter Campanato/Agência Brasil
Os rumores de um possível pedido de demissão de Guedes ganharam força no mercado após o presidente Jair Bolsonaro criticar a proposta apresentada pelo ministro para o Renda Brasil, programa que substituirá o Bolsa Família e deve ser a marca social do governo.
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O desenho apresentado na terça, em reunião no Palácio do Planalto, previa a revisão ou extinção de outros benefícios, como o abono salarial, o que foi rejeitado por Bolsonaro. Nesta quarta, o presidente avisou que não vai "tirar de pobres para dar a paupérrimos".
Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) mais cedo, Bolsonaro deu a Guedes prazo até a próxima sexta-feira, 28, para apresentar uma nova solução para o Renda Brasil. Técnicos que trabalham no desenho do Renda Brasil se reuniram nesta quarta-feira para dar início aos ajustes pedidos pelo presidente, que quer uma solução sem passar pela revisão do abono.
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A avaliação na área econômica, porém, é que a revisão do abono salarial era "fundamental" para criar espaço no Orçamento para bancar o novo programa, que teria maior alcance e valor de benefício que o Bolsa Família. Só a extinção do abono, uma espécie de 14º salário pago a trabalhadores com carteira assinada, poderia liberar cerca de R$ 20 bilhões.
Entre integrantes da equipe econômica, já há a percepção de que o Renda Brasil vai acabar com alcance e valor "não tão diferente" do Bolsa Família, que atualmente paga em média R$ 190 a 14 milhões de famílias, diante das resistências do presidente em bancar a revisão dos programas considerados ineficientes e a necessidade de respeitar o teto de gastos (que limita o avanço das despesas à inflação).
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Em viagem a Ipatinga (MG) nesta quarta, Bolsonaro admitiu que discorda do plano de Guedes, que inclui a revisão de outros benefícios, e avisou que não o enviará ao Congresso. "Ontem discutimos a possível proposta do Renda Brasil. E eu falei 'está suspenso', vamos voltar a conversar. A proposta, como a equipe econômica apareceu para mim, não será enviada ao Parlamento. Não posso tirar de pobres para dar a paupérrimos. Não podemos fazer isso aí", disse.