Dacache é presidente da Caixa Seguridade e é visto como alternativa para manter o perfil administrativo do comando atual
Dacache é presidente da Caixa Seguridade e é visto como alternativa para manter o perfil administrativo do comando atual Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por iG - Economia

O ministro da economia, Paulo Guedes, e os presidentes do Banco Central, Roberto Campos Neto, e da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, entraram em consenso em torno do nome de Eduardo Dacache para assumir a presidência do Banco do Brasil. Dacache é presidente da Caixa Seguridade e é visto como alternativa para manter o perfil administrativo do comando atual.

O nome de Eduarda Dacache passou a ser ventilado entre os corredores do Ministério da Economia após o pedido de demissão do atual presidente do BB, André Brandão. Brandão colocou o cargo à disposição na semana passada, depois do avanço das desavenças entre ele o presidente Jair Bolsonaro.

As trocas de farpas entre o comandante da estatal e o chefe do Planalto se tornaram públicas em janeiro, quando o Banco do Brasil anunciou o fechamento de agências e plano de demissão voluntária. Membros do Governo Federal foram contra a medida e articularam a saída de André Brandão. Governistas tinham receio que as mudanças no banco pudessem prejudicar as eleições legislativas.

Embora seja favorito para a presidência do BB, Dacache terá que aguardar a decisão de Jair Bolsonaro, que tem outros nomes a vista. Assessores da presidência da república pedem o vice-presidente de Assuntos Corporativos do BB, Mauro Ribeiro Neto, ou o vice-presidente da rede de varejo do Banco do Brasil, Carlos Motta dos Santos, para chefiar o Banco do Brasil.

A decisão deve sair nos próximos dias.

Troca poderá aumentar crise entre Guedes e Bolsonaro

A escolha do nome para a presidência do Banco do Brasil poderá aprofundar a crise entre o ministro Paulo Guedes e o presidente Jair Bolsonaro. Caso o nome preferido de membros da economia não seja o escolhido, poderá ser interpretado pela equipe de Guedes uma tentativa de isolar o ministro das ações do governo.

A briga, já pública, ganhou força na última semana, com a troca na presidência da Petrobras. Roberto Castello Branco, atual comandante da estatal, é o nome de confiança de Guedes. Mas, devido aos aumentos nos preços dos combustíveis, Bolsonaro anunciou que o general da reserva, Joaquim Silva e Luna, assumirá o cargo mais alto da empresa.

O mercado financeiro recebeu a notícia de forma negativa e a queda nas ações da estatal provocou o forte recuo na Bolsa de Valores na última segunda-feira (22). Na visão de investidores, Bolsonaro interveio na Petrobras e isso poderá aumentar a desconfiança do mercado externo no país. Especialistas temem que o Governo Federal interfira, também, na política de preços da Petrobras, o que poderá provocar danos na economia do Brasil

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