Após o lançamento do Pix, o BC continua a execução do seu novo avanço: o Open BankingFelipe Carvalho
Caso dê este consentimento, nesta fase poderão ser compartilhadas as informações de cadastro, como nome, endereço, renda e CPF, por exemplo, além de dados de movimentação financeira como informações sobre contas, cartão de crédito e operações de crédito.
O Open Banking é um sistema que promete facilitar o surgimento de novos produtos e serviços para o cliente. Isso é possível devido ao uso de um conjunto de programas que promove a conexão entre as instituições participantes e as informações que serão trocadas entre elas.
Com o sistema financeiro aberto, o consumidor poderá conectar sua conta bancária a um aplicativo que analisará sua vida financeira, por exemplo, resultando em sugestões de investimentos ou até mesmo na recomendação de produtos e serviços mais personalizados e com condições que melhor se adaptem à sua necessidade. Outra possibilidade do Open Banking é reunir em um único aplicativo os dados de contas em diferentes instituições, consolidando as informações e proporcionando ao consumidor uma melhor visão de toda a sua vida financeira.
Os consentimentos dos clientes serão dados sempre por meio eletrônico e dentro do ambiente de autenticação do banco. Não será solicitada nenhuma informação ao cliente que o banco já não tenha.
"Será uma jornada que envolverá dois participantes: uma instituição que está oferecendo um produto, e que irá buscar o consentimento expresso e explícito do cliente; e a instituição com a qual o cliente tem relacionamento e irá compartilhar os dados a pedido dele após autenticação no aplicativo do banco. Todos estes consentimentos serão dados de forma eletrônica e na tela do celular ou do computador, de forma muito intuitiva e simples", explicou a Febraban.
O cliente também saberá qual instituição receberá seus dados, a origem da instituição de onde o dado está sendo compartilhado, e por quanto tempo isto irá ocorrer. A autorização é por tempo determinado e para uma finalidade específica, e a qualquer momento o cliente poderá cancelar aquele consentimento.
Segunda fase
A segunda fase do Open Banking será implementada de maneira escalonada. O objetivo é que a partir desta sexta-feira ocorra o aumento gradativo de troca de informações, base de clientes e horários de funcionamento do sistema para garantir que o processo seja feito da maneira mais segura e eficiente possível.
Nas quatro primeiras semanas, entre 13 de agosto e 12 de setembro, as instituições poderão iniciar as trocas de informações cadastrais dos clientes, como endereço, renda e dados pessoais. No período de 13 a 26 de setembro terá início a troca de informações relacionadas a contas de movimentação. De 27 de setembro a 10 de outubro poderão ser trocadas informações de operações de crédito e de cartões de crédito. E a partir de 11 de outubro, todas as informações estarão em funcionamento 24 horas por dia, 7 dias por semana.
As outras fases
O pontapé inicial de implementação do Open Banking foi dado em 1º de fevereiro pelas instituições participantes de informações sobre seus canais de atendimento, como endereços das agências, horários de funcionamento e os canais oferecidos para atender clientes, como os telefônicos e digitais (internet banking e mobile banking).
Na primeira fase também entraram os dados e as características sobre os produtos e serviços oferecidos, como, por exemplo, tipos de contas, empréstimos e financiamentos que cada um dos participantes oferece ao seu cliente. O acesso a estas informações é público e os dados do consumidor não entraram nesta fase.
A partir desta primeira fase, é possível o surgimento no mercado de soluções que façam a comparação entre produtos e serviços. Por exemplo: um aplicativo que compare produtos e taxas cobradas entre diferentes instituições.
Na terceira fase de implementação do Open Banking, prevista para começar em 30 de agosto, será possível que o cliente pague contas e faça transferências bancárias fora do internet banking ou do aplicativo do banco, por meio de um aplicativo intermediário. Um modelo de negócio poderá aparecer no comércio eletrônico: por exemplo, ao comprar em um site de e-commerce será possível dar consentimento para um pagamento ou uma transferência dentro do próprio site de vendas, sem precisar acessar diretamente o aplicativo ou o site do banco.
A partir desta data, as transferências via Pix serão as primeiras a permitirem estas transferências eletrônicas através do Open Banking. Os demais serviços devem estar disponíveis no sistema apenas no próximo ano.
A quarta fase, que começará em 15 dezembro de 2021, e ainda em discussões técnicas entre os participantes, se refere ao compartilhamento dos demais dados financeiros do cliente, como os de produtos e serviços de operações de câmbio, investimentos, seguros e contas-salário. Esta fase acontecerá em duas etapas: em dezembro deste ano, as instituições poderão compartilhar informações de produtos e serviços ofertados, não envolvendo dados de clientes. Dados financeiros pessoais do usuário que envolvam câmbio, investimentos, seguros e Previdência entrarão no Open Banking a partir de 31 de maio de 2022.
"Com a fase 4, teremos a consolidação da implementação de todo o cronograma do Open Banking. Mas é importante lembrar que o sistema, que gera uma série de oportunidades e novos negócios, estará em constante evolução e exigirá investimentos contínuos dos participantes ao longo do tempo, com pleno potencial para revolucionar os produtos e serviços em nosso mercado financeiro", afirma Leandro Vilain, diretor executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban.
Segurança
Todas as operações do Open Banking ocorrem em um ambiente com diversas camadas de segurança, seguindo padrões consolidados no sistema bancário.
Além disso, o setor financeiro é regulado e fiscalizado pelo Banco Central, está empenhado em adotar medidas para garantir a privacidade e a segurança de dados pessoais, e ainda conta com os controles necessários para tratamento de dados que envolvem sigilo bancário. Os bancos investem anualmente cerca de R 25,7 bilhões em tecnologia, sendo que deste total, 10% são voltados para a cibersegurança.
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