Edifício-Sede do Banco Central em BrasíliaMarcello Casal Jr/Agência Brasil
Publicado 04/08/2021 19:16 | Atualizado 04/08/2021 19:23
O Conselho de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou no fim da tarde desta quarta-feira, 04, o reajuste em 1% da Selic, passando de 4,25% para 5,25% ao ano. Essa é a quarta vez consecutiva em que a equipe monetária aumenta a taxa básica de juros, com objetivo de equilibrar as metas fiscais do país.

De acordo com especialistas, a decisão do Copom era previsível e reflete as dificuldades econômicas que o país enfrenta em decorrência da crise econômica provocada pela pandemia de Covid-19. O BC já havia sinalizado nas últimas reuniões que estudava o aumento da Selic nos próximos encontros.
O sócio-fundador da Fatorial Investimentos, Jansen Costa, o aumento de um ponto percentual na taxa básica de juros era prevista por especialistas devido o temor da inflação nos últimos meses. Segundo Costa, o Banco Central busca um equilíbrio.

"O mercado teme que a inflação não seja transitória e sim mais recorrente. E que isso traga para os preços uma alta significativa de preços em serviços e consumo. É importante destacar que se o BC não subir os juros a inflação pode virar mais permanente, o que não é bom para a economia brasileira", afirma Costa.
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No Boletim Focus divulgado na última segunda-feira (02), o Banco Central já havia dado indícios de forte alteração na taxa básica de juros e ressaltou a necessidade de atingir as metas inflacionárias para o ano. Atualmente, a inflação do país nos últimos 12 meses está em 8,35%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). A previsão do BC é que o índice em 2021 gire em torno de 6,79%.

"O atraso na subida dos juros pós pandemia foi proposital e claramente mencionado nos comunicados. O motivo foi — palavras do comunicado — manter os juros em níveis estimulativos. Agora, no último comunicado, a mensagem mudou. Os juros serão o de equilíbrio e, como se diz no mercado, a meta é buscar a meta de inflação", explica o economista da BRA, João Beck.

A previsão é que a Selic encerre o ano entre 6,5% e 7,5%, as maiores taxas desde outubro de 2019. No entanto, os reajustes na taxa básica de juros vão depender da situação econômica do país nos próximos meses.
Firjan se posiciona sobre aumento da taxa básica de juros 
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A Firjan entende que um aumento da Selic em 1 ponto percentual, elevando para 5,25%, é exagerado e pode prejudicar o processo de retomada do crescimento econômico do país. Cabe destacar que os choques temporários nos preços observados em 2021 devem se dissipar, não impactando a inflação em 2022, que exibe expectativa de inflação bem-comportada e dentro do intervalo da meta. Sendo assim, a federação acredita que dosar a alta da taxa básica de juros seria compatível com o momento e já garantiria a ancoragem das expectativas para a inflação de 2022.

Para além das questões sanitárias e o avanço da vacinação, a Firjan ressalta a necessidade do país de solucionar de uma vez os gargalos estruturais que tanto o impendem de alçar voos mais altos e consistentes. Isso não acontecerá sem mudanças profundas na estrutura do estado, e por isso, é mandatório o avanço da reforma administrativa para que possa haver redução dos gastos públicos e assim da carga tributária. Apenas com a redução dos gastos públicos e a consequente redução da carga tributária a indústria nacional terá competitividade suficiente para gerar emprego e renda, tornando o Brasil um país mais forte e justo.
Com informações do portal IG*
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