Aposentados precisam estar atentos a detalhes do novo contrato Agência Brasil
Portabilidade de consignado pode ser alternativa para segurados do INSS economizarem; saiba mais
Competitividade entre as instituições financeiras podem resultar em taxas de juros mais baixas e até mesmo menos parcelas
Rio - Com a inflação alta, o aumento no preço dos itens de consumo básico e o cenário econômico difícil no qual o país se encontra, é comum que os brasileiros estejam em busca de alternativas para economizar. Assim como os consumidores trocam o serviço de internet, por exemplo, em busca do melhor custo benefício, fazer a portabilidade do consignado pode ser uma alternativa para os segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que estão em busca de um alívio nas contas.
Nesse cenário, muitos aposentados e pensionistas conseguem reduzir a quantidade de parcelas e até mesmo as taxas de juros, conforme esclareceu a economista e professora do Ibmec RJ, Ana Beatriz Moraes.
"Como a portabilidade aumenta a competição entre os bancos, melhores condições ou taxas podem favorecer o segurado em termos de redução da parcela e dos juros. A portabilidade só costuma ser benéfica se a instituição que vai assumir o contrato oferecer taxas de juros mais baixas. Assim, ela permite a redução do valor da parcela, o que vai aliviar o peso no bolso do segurado. Além disso, se quitar o empréstimo, o segurado terá pago menos juros, e logicamente, perdido menos dinheiro", explicou.
O especialista em finanças da Impacto Consultoria Financeira, Felipe Nogueira, também salientou as possíveis vantagens de fazer a portabilidade: "Atualmente realizar uma portabilidade permite que uma taxa mais atrativa seja praticada no novo contrato, fazendo com que o valor total a ser pago de empréstimo seja menor do que o anterior contratado. Prática muito indicada, mas vale se atentar para na negociação não seja realizado o prolongamento das parcelas do empréstimo e, no final das contas, não existir nenhuma vantagem".
Como evitar furadas
Assim como qualquer transação financeira, essa transição de banco também pode trazer prejuízos, se não for feita com cuidado, sobretudo para idosos, que costumam estar mais sucetíveis a falsas vantagens.
"As possíveis desvantagens só aparecem quando o segurado do INSS deixa de observar as condições do banco que irá receber o contrato. Se estas condições não forem melhores em termos de juros e de redução da parcela, a falta de atenção pode custar caro. Verificar quem oferece a portabilidade e examinar bem as condições é fundamental. Se houver uma taxa de juros maior do que a anterior, não deve ser contratado", orientou Ana Beatriz.
A economista apontou, ainda, a necessidade dos segurados estarem atentos ao que é oferecido pelas instituições. "Prestar atenção também nas chamadas telefônicas que os segurados recebem. Condições pouco claras, ausência de contrato e soluções milagrosas pelo telefone são furadas na certa. É importante colocar tudo em contrato e ter certeza de que o novo valor de parcela caberá no bolso, concluiu.
Para a advogada especialista em direito previdenciário, Catia Vita, é importante que o segurado se atente também ao vencimento do contrato atual: "Quando está próximo de vencer o contrato, faltam poucas prestações e esse consumidor faz a renovação não vale a pena. Muitas vezes o consumidor também escolhe mudar de banco por conta do atendimento, que é muito precário em algumas instituições, então isso também tem sido bastante levando em consideração. Outro ponto é que muitos cidadãos buscam um novo empréstimo e acaba estando sujeito à um juros ainda mais alto, é preciso estar atento".
Como solicitar a portabilidade
Com a decisão tomada, o momento de solicitar a portabilidade requer bastante atenção. É necessário que o segurado saiba exatamente o valor que ainda está devendo, pesquise as melhores condições e taxas de outros bancos e leve em consideração também a contraproposta do banco de origem, que muitas vezes pode ser vantajosa. Decidindo seguir com a transferência, o consumidor deve formalizar o pedido e aguardar os procedimentos.
O especialista em finanças Felipe Nogueira levantou, ainda, a necessidade de se estar atento ao que propõe os contratos: "É importante calcular o juros praticado, para conferir se o da portabilidade é menor do que o anterior e verificar a quantidade de parcelas já pagas, para não permitir que o novo seja realizado com parcelas a mais do que o atual, além de nunca transferir o saldo de um possível limite liberado para terceiros e se atentar minuciosamente ao contrato".
"Para fazer a portabilidade a primeira coisa é reunir as informações sobre o contrato atual, isso deve ser feito diretamente com a instituição financeira. Os principais documentos que devem ser entregues no banco são o número do contrato, saldo devedor, modalidade de crédito, taxa de juros, prazos e parcelas mensais. Esse consumidor deve pesquisar antes de fazer essa portabilidade e levar as informações ao banco que o segurado encontrar o cenário que mais se adequa as suas necessidades", finalizou a advogada Catia Vita.
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