IBGE inicia mobilização nacional para o Censo com testesDivulgação
O presidente do IBGE, Eduardo Rio Neto, vai participar do início dos testes no município de Jardim Olinda e nos bairros Minas Brasil, em Belo Horizonte, e Amaralina, em Salvador.
“Depois do sucesso do teste em Paquetá, que só foi possível ser realizado graças ao avanço da vacinação, agora iniciamos outra etapa do Censo com testes em 27 localidades, uma em cada estado do país. Essas localidades foram estrategicamente selecionadas visando aperfeiçoar os processos de coleta, levando em conta as diferentes características regionais que são uma marca do nosso país”, disse Rios Neto.
Em São Paulo, o teste será feito no bairro Prosperidade, em São Caetano do Sul e haverá a presença do diretor de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo.
“Além de testar, nosso grande objetivo é mostrar à população os benefícios da realização do Censo. E ainda gerar mobilização e dar visibilidade à operação. A ideia é que o dia 4 de novembro seja uma espécie de 'Dia Nacional do Censo'. Será nossa primeira incursão pelo território nacional com uma operação censitária desde o início da pandemia. Precisamos trabalhar juntos e coordenados, o IBGE, seus servidores, o país e os brasileiros", afirmou Cimar Azeredo.
No estado do Rio de Janeiro, além da Ilha de Paquetá, onde o primeiro teste foi realizado em setembro, o IBGE vai visitar os domicílios do município de Engenheiro Paulo de Frontin, onde a Pesquisa de Entorno, etapa anterior ao recenseamento, já havia sido realizada em março. A coleta, contudo, foi adiada por conta do avanço dos casos de covid-19 na ocasião. Agora, em novembro, os questionários serão aplicados em todos os setores censitários da cidade.
Para testar características específicas de uma operação censitária que não são encontradas em Paulo de Frontin, será feita também coleta em aglomerados subnormais (favelas), e em domicílios improvisados (tais como prédios em construção e barracas) de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Também serão recenseadas a partir de 24 de novembro terras indígenas e territórios quilombolas de Angra dos Reis e Paraty, no Sul fluminense, a fim de testar protocolos sanitários de segurança específicos, normas de conduta e abordagem, procedimentos de coleta e perguntas que só serão feitas a essas populações.
“Em terras indígenas, por exemplo, só podemos entrar com um exame PCR negativo. Redobramos os cuidados com o uso de máscaras, água gel e o distanciamento social, e evitamos entrar nas casas”, explicou a responsável técnica do projeto do Censo para os Povos e Comunidades Tradicionais, Marta Antunes. “Vamos testar a abordagem, verificar a necessidade de guias das comunidades e aplicaremos também, além do questionário domiciliar, um questionário específico, em que são feitas perguntas sobre a realidade comunitária”.
Em todas as localidades dos testes para o Censo serão aplicados o questionário básico (26 perguntas) e o da amostra (77 perguntas) para verificação das perguntas, entre elas, a que trata da presença de pessoas com autismo no domicílio, tema incluído no questionário do Censo, conforme a Lei 13.861/2019.
Moderna infraestrutura tecnológica para coleta dos dados
Além dos questionários e da abordagem ao informante, os testes vão avaliar, em campo, toda a infraestrutura tecnológica preparada para a operação, como os Dispositivos Móveis de Coleta (DMC), semelhantes a um smartphone, na cor azul, e os sistemas de captação, transmissão e acompanhamento das informações coletadas.
Diferente do Censo 2010, os DMCs atuais têm chips com acesso à internet que permitem a transmissão das informações para o banco de dados do IBGE ao fim da coleta. Podem também fazer e receber chamadas dos moradores para realização das entrevistas. Os recenseadores podem, ainda, utilizar o equipamento para se comunicar com seus supervisores por aplicativos de mensagens, o que agiliza o esclarecimento de dúvidas. O próximo Censo fará uso da tecnologia de armazenamento na nuvem para carregamento rápido de insumos, como mapas e coordenadas, nos DMCs.
Os data centers do Instituto, localizados no RJ e em SP, têm uma estrutura muito mais moderna e robusta para o recebimento de grandes quantidades de informações, com performance de alto desempenho, capaz de processar dados com maior velocidade, agilizando o manuseio das informações e a divulgação para a sociedade.
“Mais de 200 mil pessoas estarão envolvidas na coleta dos dados em todos os cantos do país, enviando uma grande quantidade de informações para o IBGE. Com essas tecnologias, vamos fazer o acompanhamento e controle da coleta nos setores censitários de forma online e em tempo real. Para isso, todos esses equipamentos, sistemas de coleta, de gestão de pessoal e de acompanhamento gerencial, e os questionários precisam ser testados em campo”, acrescentou o coordenador dos Serviços de Informática do IBGE, José Luiz Thomaselli Nogueira.
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