Insatisfeita com solução apresentada pelo governo para conter a alta dos combustíveis, Abrava não descarta nova paralisação dos caminhoneiros Fábio Costa / Agência O Dia

Brasília - O plano do governo federal para compensar estados com a proposta de redução do ICMS, em mais uma tentativa de conter alta dos combustíveis, não foi suficiente para acalmar os ânimos da classe dos caminhoneiros. Em nota, a Associação brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) criticou a forma como o Planalto tem conduzido o complexo caso e classificou a oferta como 'solução tabajara'.
A comparação faz alusão às Organizações Tabajara. Criada pelo programa humorístico 'Casseta e Planeta', a empresas fictícia vendia uma série de produtos de qualidade duvidosa, numa crítica à realidade de produtos e serviços ofertados ao povo brasileiro.
"Retirar o ICMS dos combustíveis, que não é uma receita da União, é como tomar dinheiro do vizinho para pagar uma conta da minha casa", disse o presidente da Abrava, Wallace Landim, conhecido como Chorão, em nota divulgada à imprensa.
A menos de quatro meses para as eleições, a nova proposta apresentada pelo governo na calada da noite de segunda-feira, 6, é alvo de críticas da oposição e avaliada com viés eleitoreiro pelo mercado, pois não é sustentável a longo prazo e não garante a redução do preço da gasolina e do diesel. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ainda precisa da aprovação em dois turnos, por dois terços dos parlamentares, na Câmara e no Senado antes de ser validada.

"A isenção do Programa de Integração Social (PIS), da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) representam 6% na composição do preço do diesel, não refresca em nada a vida do caminhoneiro, e não resolve a inflação que está matando o povo mais pobre de fome", disse Chorão, em outro trecho da nota.

Por fim, novamente, a Abrava destaca a preocupação do presidente Jair Bolsonaro com a reeleição e não descarta uma nova paralisação da categoria. "O presidente Bolsonaro está preocupado com sua reeleição. Os caminhoneiros e o povo brasileiro estão preocupados em colocar comida na mesa de suas famílias. Não vemos luz no fim do túnel. O País vai parar!", concluiu Chorão na nota.
Confira a nota divulgada pela Abrava na íntegra:
"Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores – ABRAVA, acompanhou o pronunciamento do governo sobre a Pec do ICMS dos combustíveis e a isenção dos tributos federais. O governo tenta resolver um problema complexo com uma solução tabajara.
Retirar o ICMS dos combustíveis, que não é uma receita da União, é como tomar dinheiro do vizinho para pagar uma conta da minha casa. É importante lembrar que uma Pec precisa ser aprovada em dois
turnos, por 2/3 dos parlamentares, na Câmara e no Senado. A isenção do Pis, Cofins e da Cide representam 6% na composição do preço do diesel, não refresca em nada na vida do caminhoneiro, e não resolve a inflação que está matando o povo mais pobre de fome.
Os preços dos combustíveis vão continuar subindo, o problema não está sendo enfrentado, esse movimento é só um paliativo para aumentar o diesel novamente, se não aumentar o preço, vai faltar diesel nos postos, fruto da política de preços da Petrobras, empresa criada com dinheiro público e que o governo é acionista
majoritário.
A falta de planejamento e a irresponsabilidade levou o pais a este caos, nos estamos alertando a tempos, 30% do diesel consumido no Brasil é importado por terceiros, se eles não tiverem lucro não irão
importar, os outros 70% são importados pela Petrobras que usa uma política de preços baseada no mercado internacional, para pagar seus acionistas, que estão saqueando os caminhoneiros e o povo brasileiro.
O que me deixa mais indignado é que somos auto suficientes em extração de petróleo bruto, por falta de planejamento, corrupção e incompetência não conseguimos refinar aqui no Brasil para atender nosso mercado interno. O presidente Bolsonaro esta preocupado com sua reeleição, os caminhoneiros e o povo brasileiro estão preocupados em colocar comida na mesa de suas famílias, não vemos luz no fim do túnel.
O país vai parar!"