Publicado 06/08/2022 05:00 | Atualizado 06/08/2022 09:17
O empreendedorismo feminino no Brasil avançou durante a pandemia de Covid-19. É o que revelam dados do relatório Global Gender Gap Report 2022, do Fórum Econômico Mundial (FEM). De acordo com o estudo, o percentual de brasileiras à frente de seus próprios negócios cresceu 41% entre 2019 e 2020, na fase mais crítica da crise sanitária. Para os homens, a alta foi de 22%.
Um levantamento realizado pelo LinkedIn com base nos usuários da plataforma, demonstrou que, considerando os 22 países analisados, o número de mulheres que passaram a se identificar como empreendedoras aumentou 45%. Entre os homens, o índice foi de 32%.
Ao mesmo tempo, informações do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2020, coletadas com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), indicam que o Brasil tem cerca de 52 milhões de empreendedores. Destes, 30 milhões (48%) são mulheres, dado que leva o país a ocupar a sétima posição entre os países com o maior número de empresárias.
Para Renata Roqui, analista do Sebrae no Rio de Janeiro, esse crescimento representa uma função significativa na luta pela igualdade de gênero no mercado. “O empreendedorismo feminino desempenha um papel importante para reduzir as diferenças, entre as oportunidades de crescimento, na carreira para homens e mulheres. Ter mais mulheres à frente dos negócios inspira e empodera outras mulheres. Quando uma mulher empreende, ela melhora a vida da sua família com um todo”, disse.
Mas as pesquisas também apontam que as mulheres empreendedoras possuem mais dificuldade de realizar contatos profissionais e estruturar uma rede de relacionamentos que possibilite a concretização de negócios comerciais. Além disso, há maiores obstáculos para iniciar um empreendimento pela dificuldade em conseguir apoio de parceiros, amigos e familiares, tornando o processo de iniciar um negócio mais difícil do que para os homens.
Na contramão, a Letícia Antunes, de 32 anos, rompeu essa barreira. No início da pandemia de Covid-19, Letícia descobriu que desenvolveu alergia ao leite e que também possuía sensibilidade ao glúten. Com dificuldade para encontrar produtos compatíveis com o problema de saúde, ela resolveu iniciar o negócio de produção de alimentos. Letícia também criou receitas especiais.
Formada em Jornalismo, na época com 30 anos de idade, Letícia postava nas suas redes sociais, sobre os alimentos que produzia. “Tudo que eu fiz era porque eu queria comer. Postava nas redes, que já tinha muitos seguidores. Tive o apoio da médica que me atendia. Os pacientes dela (que também tinham alergia ao glúten e ao leite) começaram a perguntar se eu não vendia. No primeiro momento, dizia que não; para outros dava a receita. Mas havia pessoas que não conseguiam fazer a receita igual e acabavam me pedindo para fazer e vender”, contou.
Como contrato de trabalho de Letícia não foi renovado e, por isso, ela viu no ramo de alimentação a oportunidade de empreender e ainda ajudar outras pessoas que passam pelos mesmos problemas. Foi então que surgiu a Padaria Inclusiva. “Começou por causa da minha alergia, pela vontade de poder comer, mesmo com as minhas limitações, quanto mais eu fazia, mais agradava e ajudava outras pessoas, principalmente o público infantil. Então vi que tinha uma sala para alugar, perto da minha casa. A minha ideia era uma sala, com uma cozinha, que não era aberta para o público, que só fazia entrega, mas foi crescendo. Agora já mudei de sala, peguei uma maior e contratei uma funcionária”, contou Letícia.
Um levantamento realizado pelo LinkedIn com base nos usuários da plataforma, demonstrou que, considerando os 22 países analisados, o número de mulheres que passaram a se identificar como empreendedoras aumentou 45%. Entre os homens, o índice foi de 32%.
Ao mesmo tempo, informações do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2020, coletadas com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), indicam que o Brasil tem cerca de 52 milhões de empreendedores. Destes, 30 milhões (48%) são mulheres, dado que leva o país a ocupar a sétima posição entre os países com o maior número de empresárias.
Para Renata Roqui, analista do Sebrae no Rio de Janeiro, esse crescimento representa uma função significativa na luta pela igualdade de gênero no mercado. “O empreendedorismo feminino desempenha um papel importante para reduzir as diferenças, entre as oportunidades de crescimento, na carreira para homens e mulheres. Ter mais mulheres à frente dos negócios inspira e empodera outras mulheres. Quando uma mulher empreende, ela melhora a vida da sua família com um todo”, disse.
Mas as pesquisas também apontam que as mulheres empreendedoras possuem mais dificuldade de realizar contatos profissionais e estruturar uma rede de relacionamentos que possibilite a concretização de negócios comerciais. Além disso, há maiores obstáculos para iniciar um empreendimento pela dificuldade em conseguir apoio de parceiros, amigos e familiares, tornando o processo de iniciar um negócio mais difícil do que para os homens.
Na contramão, a Letícia Antunes, de 32 anos, rompeu essa barreira. No início da pandemia de Covid-19, Letícia descobriu que desenvolveu alergia ao leite e que também possuía sensibilidade ao glúten. Com dificuldade para encontrar produtos compatíveis com o problema de saúde, ela resolveu iniciar o negócio de produção de alimentos. Letícia também criou receitas especiais.
Formada em Jornalismo, na época com 30 anos de idade, Letícia postava nas suas redes sociais, sobre os alimentos que produzia. “Tudo que eu fiz era porque eu queria comer. Postava nas redes, que já tinha muitos seguidores. Tive o apoio da médica que me atendia. Os pacientes dela (que também tinham alergia ao glúten e ao leite) começaram a perguntar se eu não vendia. No primeiro momento, dizia que não; para outros dava a receita. Mas havia pessoas que não conseguiam fazer a receita igual e acabavam me pedindo para fazer e vender”, contou.
Como contrato de trabalho de Letícia não foi renovado e, por isso, ela viu no ramo de alimentação a oportunidade de empreender e ainda ajudar outras pessoas que passam pelos mesmos problemas. Foi então que surgiu a Padaria Inclusiva. “Começou por causa da minha alergia, pela vontade de poder comer, mesmo com as minhas limitações, quanto mais eu fazia, mais agradava e ajudava outras pessoas, principalmente o público infantil. Então vi que tinha uma sala para alugar, perto da minha casa. A minha ideia era uma sala, com uma cozinha, que não era aberta para o público, que só fazia entrega, mas foi crescendo. Agora já mudei de sala, peguei uma maior e contratei uma funcionária”, contou Letícia.
Programa de capacitação
Uma outra pesquisa, sobre empreendedorismo feminino no Brasil divulgado pela Sebrae no início deste ano, mostra que, o estado que mais registrou o crescimento de mulheres a frente de seus próprios negócios foi o Rio de Janeiro (38%), seguido do Distrito Federal e o Sergipe (ambos com 37%), logo atrás São Paulo, Mato Grosso do Sul, Piauí e Ceará, todos com cerca de 36%.
Focado em ajudar mulheres que, como a Letícia, resolveram empreender e que têm interesse em aprender estratégias que possam impulsionar o seus negócios, o Sebrae criou em 2019 o programa “Sebrae Delas”. Como uma rede de apoio, a iniciativa busca tornar os negócios mais competitivos os negócios liderados por mulheres, além de promover a sensibilização e a articulação de atores estratégicos relacionados ao tema. O projeto promove ações e oferece meios para que as micro e pequenas empresárias possam potencializar seus negócios e seus comportamentos empreendedores.
Segundo a Renata Roqui, que também é gestora Estadual do Sebrae Delas no Rio de Janeiro, “o foco do programa é nas capacitações das habilidades socioemocionais das mulheres para elas entenderem melhor seus negócios e também liderarem melhor. O programa foca na questão do tempo, da negociação, em como se comunicar melhor, como pensar de forma estratégica, o seu negócio, também na administração de conflitos de equipe, de modo a fortalecer essas habilidades comportamentais e que será aplicado nos seus negócios”, explicou.
Focado em ajudar mulheres que, como a Letícia, resolveram empreender e que têm interesse em aprender estratégias que possam impulsionar o seus negócios, o Sebrae criou em 2019 o programa “Sebrae Delas”. Como uma rede de apoio, a iniciativa busca tornar os negócios mais competitivos os negócios liderados por mulheres, além de promover a sensibilização e a articulação de atores estratégicos relacionados ao tema. O projeto promove ações e oferece meios para que as micro e pequenas empresárias possam potencializar seus negócios e seus comportamentos empreendedores.
Segundo a Renata Roqui, que também é gestora Estadual do Sebrae Delas no Rio de Janeiro, “o foco do programa é nas capacitações das habilidades socioemocionais das mulheres para elas entenderem melhor seus negócios e também liderarem melhor. O programa foca na questão do tempo, da negociação, em como se comunicar melhor, como pensar de forma estratégica, o seu negócio, também na administração de conflitos de equipe, de modo a fortalecer essas habilidades comportamentais e que será aplicado nos seus negócios”, explicou.
Desde a criação do programa, foram atendidas cerca de 50 mil empreendedoras em todo o Brasil. No Estado do Rio, já contabilizam mais de 3 mil mulheres. Segundo o Sebrae, por meio de capacitações, essa empresárias melhoraram a gestão dos negócios, tiveram aumento do faturamento, diversificaram seus produtos e fortaleceram habilidades comportamentais.
“Teve um número significativo de aumento das mulheres no empreendedorismo, desde a pandemia pra cá, porque muitas delas não conseguem mais se encaixar no mercado de trabalho e querem ter uma vida diferente da que tinham antes. Querem fazer o seu próprio horário, cuidar da sua família, estar próximas dos seus filhos, dos seus pais. Isso não significa que a empreendedora vá trabalhar menos, mas ela pode conciliar melhor a vida dela, sem ter um chefe. Então muitas mulheres vão para o mundo do empreendedorismo em função disso”, concluiu.
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