Publicado 25/07/2021 07:00
A vida de alunos, professores e instituições de ensino sofreu grandes transformações com a chegada da pandemia provocada pelo coronavírus. Com o ir e vir das escolas afetado por uma nova rotina, milhões de pessoas, de repente, viram o seu cotidiano mudar por completo.
Como forma de evitar o risco de contágio para a população, aulas presenciais tiveram que ser paralisadas. Imediatamente, para que os alunos não ficassem ociosos e perdessem ainda mais conteúdos, o ensino remoto precisou ser adotado em todo o mundo. No entanto, o acesso desigual à internet escancarou, mais uma vez, as realidades socioeconômicas e suas consequências na educação.
Os efeitos foram sentidos em maior escala em unidades de Educação Básica da rede pública, uma vez que muitas escolas não empregavam qualquer mecanismo digital antes da crise sanitária. No caso das universidades públicas, algumas até já faziam uso de plataformas online para complementar o aprendizado. Mas a prática não abrangia todos os alunos e segmentos.
Após quase um ano e meio do início da pandemia, muitos colégios no Rio de Janeiro já retomaram as aulas presenciais, principalmente na rede particular. Alguns também ainda estão aplicando o chamado ensino híbrido, opção para pais que não se sentem tranquilos para levar seus filhos.
Na rede municipal, quase todas as escolas já reabriram. A rede estadual também prepara o retorno. Já as universidades públicas e unidades federais de ensino, como o Colégio Pedro II, todavia, seguem sem previsão de retorno ao modelo presencial.
A psicanalista Mônica Donetto Guedes, especializada em família, destaca que o papel de pais e responsáveis, em especial os de alunos de séries do Ensino Fundamental, é muito importante para que os estudantes possam voltar às aulas presenciais na melhor sintonia possível. "Em relação aos conteúdos, todas as instituições de ensino vão ter que se ajustar, mas a maior preocupação é de como as crianças vão voltar para o presencial, se elas vão conseguir recuperar os valores construídos, para que possam voltar e manter um bom vínculo com o professor, os amigos e respeitar as regras e limites necessários, para que haja uma aprendizagem efetiva", analisa.
Mônica garante que não é possível pensar no pós-pandemia sem esquecer do presente e ressalta que o futuro da educação vai depender de como as pessoas lidaram com as emoções nos últimos meses. "Estamos vivendo um momento traumático que pode nos levar para caminhos tanto de expansão, quanto de paralisação. Muitas pessoas ao lidar com essa pandemia conseguiram evoluir e se reinventar no meio de tudo, mas, ao mesmo tempo, outras não conseguiram produzir nada. Da mesma forma que as escolas se organizaram para entrar em quarentena, teremos agora o movimento contrário. A gente vai ter que respeitar esse movimento da escola e o processo de retorno de crianças e adolescentes", conclui a psicanalista.
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