Publicado 03/10/2022 11:57 | Atualizado 03/10/2022 12:12
A mídia internacional repercutiu o resultado das eleições presidenciais no Brasil. A maioria deu destaque para a diferença entre o que era projetado pelas pesquisas, que previam Lula na frente, com possibilidade de vitória no primeiro turno, e o que realmente se viu: um cenário apertado, com Bolsonaro acima da porcentagem prevista.
Como divulgado no domingo, 2, a eleição presidencial será decidida em um segundo turno entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), de acordo com dados do TSE. Os 43,20% alcançados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas — com 99,99% dos votos apurados — superam o que haviam medido o Ipec (ex-Ibope) e o Datafolha na véspera. Para os institutos de pesquisa, o candidato à reeleição tinha, no sábado, 37% e 36% dos votos válidos, respectivamente.
Pela margem de erro, que é de dois pontos percentuais nos dois levantamentos, a medida do apoio a Bolsonaro variava de 34% a 39%. As pesquisas foram mais assertivas ao mensurar o tamanho do eleitorado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que obteve 48,43% dos votos.
Pela margem de erro, que é de dois pontos percentuais nos dois levantamentos, a medida do apoio a Bolsonaro variava de 34% a 39%. As pesquisas foram mais assertivas ao mensurar o tamanho do eleitorado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que obteve 48,43% dos votos.
O Ipec indicava que o petista teria de 49% a 53%, enquanto para o Datafolha esse percentual poderia ser de 48% a 52%. O segundo turno ocorre quando um candidato não consegue atingir a maioria da soma total dos votos computados, ou seja, 50% mais um.
Um dos principais jornais dos Estados Unidos e do mundo, o "New York Times" deu grande destaque para o "erro" das pesquisas eleitorais. Para o periódico americano, mesmo recebendo menos votos, Bolsonaro teve uma "noite melhor", já que ele "estava certo" a respeito das dúvidas sobre as pesquisas. Ainda de acordo com o jornal, os analistas políticos subestimaram a "força dos candidatos conservadores".
O jornal ainda destacou o segundo turno como um teste para uma das maiores democracias do mundo: "Os dois titãs políticos se enfrentarão novamente no final deste mês em uma corrida amplamente vista como um grande teste para uma das maiores democracias do mundo. Eles se enfrentarão em 30 de outubro no que é amplamente considerado como a votação mais importante em décadas para a maior nação da América Latina".
O principal periódico da capital americana, o "Washington Post", vê o segundo turno da eleição brasileira como um duelo entre "populistas de polos opostos", que coloca dois gigantes políticos de "profunda inimizade". O veículo destacou o desânimo dos partidários de Lula com o resultado do primeiro turno, já que se esperavam uma vitória clara e ainda comparou a política brasileira com a norte-americana.
"O candidato deles foi o mais votado. Mas depois que uma vitória no primeiro turno parecia estar ao alcance de semanas, o resultado parecia uma perda. A eleição chamou a atenção global como o mais novo local para a luta mundial entre democracia e autoritarismo. Foi observado particularmente de perto nos Estados Unidos, onde a política é similarmente polarizada”, publicou o veículo.
Para o principal jornal de economia do mundo, o "Wall Street Journal", o resultado da apuração dos votos mostrou que o atual presidente do Brasil pode contar com um eleitorado conservador e fiel. O veículo também destacou que Bolsonaro se saiu bem melhor do que o previsto nas pesquisas e que será um "duelo de titãs".
Para o principal jornal de economia do mundo, o "Wall Street Journal", o resultado da apuração dos votos mostrou que o atual presidente do Brasil pode contar com um eleitorado conservador e fiel. O veículo também destacou que Bolsonaro se saiu bem melhor do que o previsto nas pesquisas e que será um "duelo de titãs".
O "The Guardian" noticiou que a eleição presidencial no Brasil irá para o segundo turno enfatizando que, o resultado da apuração, foi um grande golpe para os brasileiros progressistas que estavam torcendo por uma vitória enfática sobre Bolsonaro, “um ex-capitão do Exército que atacou repetidamente as instituições democráticas do país e vandalizou a reputação internacional do Brasil”.
O jornal chamou a atenção de como o presidente lidou com o período pandêmico e a sua relação com as causas ambientais. “Bolsonaro também é acusado de causar estragos no meio ambiente e de lidar catastroficamente com uma epidemia de Covid que matou quase 700.000 brasileiros, minando os esforços de vacinação e contenção e vendendo curas charlatães”, publicou.
Outro destaque do "The Guardian", jornal da Inglaterra, é a preocupação em como o atual presidente do Brasil irá reagir, caso seja derrotado no segundo turno, além de relembrar as eleições presidenciais dos Estados Unidos e a invasão ao Capitólio em janeiro de 2021. "Bolsonaro deu a entender que não deixará o cargo se for derrotado, levantando preocupações de uma insurreição semelhante a Trump entre seus apoiadores se Lula vencer."
O principal periódico do Uruguai, o "El País", deu destaque para a vitória de Lula nas urnas de Montevideo, capital do país. Já sobre o resultado, o veículo salientou que, apesar de Lula liderar as pesquisas, o grande questionamento era se conseguiria mais de 50% dos votos válidos, o que não ocorreu. O jornal publicou que Lula ganhou "pelo mínimo, ante um Bolsonaro reforçado”, com o atual líder se saindo melhor do que apontavam as sondagens. O "El País" destacou ainda o "clima de tensão" entre os candidatos, citando casos de ataques e mortes entre os seguidores dos dois lados.
Na Argentina, o "Clarín" não poupou críticas aos institutos de pesquisa, que foram considerados "os principais derrotados" da eleição. No entanto, o veículo citou como um dos grandes culpados por esse erro a falta do censo em 2020. Além de também fazer duras críticas a gestão do PT, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Curiosamente, o periódico também destacou o avanço de Simone Tebet, que ficou em 3° lugar. Para ele, isso mostrou um "posicionamento de centro e centro-direita da sociedade brasileira", que pode dificultar o governo de Lula, caso seja eleito.
Em linha similar, o "La Nación" também trazia a "surpresa" na principal manchete de seu site e informou sobre o segundo turno. No Chile, o "La Tercera" disse que Bolsonaro "perde por margem estreita ante Lula no primeiro turno das presidenciais no Brasil", enquanto na Colômbia o jornal "El Tiempo" também deu em destaque à indicação de segundo turno.
O jornal francês "Le Monde" destacou uma "vitória apertada e decepcionante" para Lula, também citando as pesquisas que previam uma grande vantagem para o candidato petista. Sobre Bolsonaro, o periódico afirmou que ele "escapou de uma derrota humilhante no primeiro turno", e que agora vai precisar "colocar as tropas na rua" para buscar a vitória no segundo turno.
o periódico Alemão "DW", em sua versão em português, destacou o duelo já previsto entre Bolsonaro e Lula, mas também a diferença obtida por Bolsonaro em relação aos principais institutos de pesquisa. No entanto, ressaltou a difícil missão do candidato do PL, já que, na história do Brasil, o candidato menos votado no primeiro turno nunca conseguiu reverter essa situação.
O site de notícias destacou que sobre a fala do presidente, de priorizar na campanha a camada da população mais atingida por aumento de preços e pandemia e de tenta convencê-la de que "mudança que alguns querem pode ser pior". Além de avaliar que o PT está "recuperando terreno em relação, quando o ex-presidente Lula foi preso e teve sua candidatura à presidência barrada, "atingindo um dos pontos mais baixos da sua longa carreira política".
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