Publicado 03/10/2022 11:36
Rio - Reeleito ao Governo do Estado com 58,67% dos votos válidos, Cláudio Castro (PL) afirma já ter traçado planos para voltar a gerar empregos e para os setores de segurança pública, saúde, educação e transportes para os próximos quatro anos do Rio de Janeiro. Entre suas propostas, estão reforma administrativa, redução de secretarias e impostos, além de ampliação de programas sociais de combate à fome. Em entrevista ao 'BDRJ' da TV Globo, ele disse que os fluminenses podem esperar uma gestão com diálogo e focado nas demandas da população.
"O diálogo tem sido nosso carro-chefe, não à toa o governador hoje é do PL e o presidente da Assembleia, do PT, e a gente age com total harmonia. Petrópolis que foi a cidade que eu mais ajudei, é governada por um aliado do Marcelo Freixo. Cabo Frio, uma das cidades que eu mais ajudei, é de um aliado do Rodrigo Neves e, nem por isso, a gente deixou de dialogar, de trabalhar junto e de levar o recurso necessário. (..) As pessoas querem políticos que trabalhem sério e que entreguem política pública na ponta, que é o que a população quer saber: como a vida dela vai melhorar", declarou o governador.
Na entrevista, Castro afirmou que pretende realizar uma reforma administrativa em seu próximo mandato, para diminuir e reagrupar secretarias, além de criar pastas voltadas às necessidades da população, como a da Mulher. "Para um entrar, outros vão ter que sair, vão ter que se reagrupar, para que a gente possa fazer essa reforma administrativa, mas, também focar naquilo que é importante", afirmou ele, que apontou a saúde como principal prioridade.
"Nós hoje temos 34 unidades hospitalares sendo construídas, a saúde é uma prioridade. Eu preciso terminar essas 34 novas unidades, que farão com que a gente consiga descentralizar a saúde. Hoje, por exemplo, na saúde da capital, 40% de quem é atendido aqui, é de outros municípios. Então, não se resolve a saúde só melhorando aqui. Por isso, um Centro de Imagem em Nova Iguaçu, por isso hospital em várias cidades estão sendo construídos hoje. A nossa proposta, e o que a gente já está fazendo hoje, é terminar essas unidades. Hoje, eu estou reformando todas as UPAs e todos os hospitais estaduais", pontuou.
Outra preocupação apontada pelo governador é a geração de empregos no estado. Segundo ele, para que empresas voltem ao Rio, é necessário reduzir impostos, investir em infraestrutura e desburocratização e garantir mão de obra qualificada. Para isso, Castro afirma que reduziu em 18% a alíquota do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo; investiu R$ 17 bilhões em infraestrutura; abriu 11 unidades da Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC); e pretende entregar 1,3 mil serviços totalmente digitais até o fim deste ano.
"É um ciclo que você tem que criar, menos imposto, mais infraestrutura, menos burocracia e mão de obra qualificada. Isso vai criando um ciclo onde as empresas voltam ao Rio. Em dois anos, foram 143 mil novas empresas, a Jucerja (Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro) bateu todos os recordes em aberturas de empresas, muitas que tinham saído, sobretudo pela questão da segurança e dos altos impostos, agora estão voltando para o Rio de Janeiro".
Para atuar no combate à fome, os planos de governo incluem reforçar os programas Supera RJ, que, de acordo com Cláudio Castro, já beneficiou mais de 325 mil famílias; Café do Trabalhar, que oferece a primeira refeição para mais de 80 mil pessoas diariamente; e o RJ Alimenta, que já distribuiu mais de quatro milhões de quetinhas; além de reabrir 15 Restaurantes do Povo até o fim de 2022, dos quais nove já estão em funcionamento, e alcançar 40 até o final de 2023.
Na educação, os planos são a reforma de 150 escolas estaduais, contratação de 600 professores e revisar o plano de cargos e salários, para chegar ao piso nacional, que vão contar com o investimento de R$ 2 bilhões. O setor também deve adotar projeto "Mãe", que conta com a atuação de cinco mil mulheres na busca ativa de alunos fora das escolas e durante todo a jornada acadêmica.
Metrô na Baixada e revisão de contrato com a SuperVia
Entre os planos de governo, está oferecer à população mais uma opção de transporte. De acordo com Castro, já há licitação em andamento e, até o final deste ano, serão iniciadas as obras do metrô de Nova Iguaçu, que será uma extensão da Pavuna, passando por outras 13 estações e contemplando a maior parte das cidades da Baixada Fluminense.
O governador anuncionou ainda que tem como compromisso finalizar a construção da estação da Gávea, na Zona Sul do Rio, paralizada desde 2015, mas vem encontrando dificuldade na retomada, por conta de uma proibição da Justiça de investimentos do Estado na obra.
"Eu já tentei licitar duas vezes o projeto, mas por causa do problema na Justiça, ninguém apareceu como interessado. Nós estamos conversando com o concessionário antigo e também com o Tribunal de Contas, para tentar que ele, pelo menos, termine a estação Gávea, e aí a gente depois discute na Justiça o que tiver que devolver, o que não tiver. Eu estou tentando que eles façam ou que o Estado seja autorizado fazer. Hoje, eu não posso fazer, mesmo tendo todo o dinheiro do mundo no caixa", disse o governador.
Também foi anunciado um acordo entre o Governo do Estado e a SuperVia, em que o dinheiro pago a concessionária por conta da pandemia de covid-19 deve ser aplicado em manutenção e operação do sistema ferroviário. O montante é de R$ 250 milhões, dos quais R$ 130 milhões já foram repassados. Castro estuda ainda aplicar dinheiro público para a reforma das estações. No dia 30 de novembro, haverá uma revisão contratual da concessão da empresa.
"Nós já estamos conversando do Estado, inclusive, entrar com dinheiro para reformar as estações. Então, eu não vou investir nada que vá para fundo, que vá para a própria empresa, mas tudo em bens que são do próprio Estado. (...) Agora, dia 30 de novembro, nós temos uma revisão contratual com eles e ali vai ser um pouco divisor de águas, vamos entender até que ponto melhorou e até que ponto eles não têm, realmente, condição de dar continuidade a essa concessão, que poderia ter uma nova concessão, se fosse o caso".
O governador esclareceu também sobre o serviço das barcas, já que a CCR Barcas decidiu por não renovar o contrato de concessão, que chega ao fim em 12 de fevereiro de 2023. Apesar de ainda não haver uma nova empresa à frente do modal, ele afirmou que os passageiros não ficarão desassistidos e que não haverá descontinuidade durante a transição.
"Já tem um acordo com a CCR, não vai haver descontinuidade, eu queria garantir à população que usa as barcas. Eles ficarão até o dia do novo concessionário, então, não haverá descontinuidade de forma alguma. A gente está trabalhando com o pessoal da UFRJ para terminar o mais rápido possível a modelagem e que a gente possa licitar logo e entrar o novo concessionário. Mas, eu tenho a garantia da CCR, até porque eles têm interesse em outros ativos do Rio de Janeiro, que não vai haver descontinuidade alguma".
Ampliação do Cidade Integrada
Para combater o domínio de facções criminosas e grupos milicianos nas comunidades do Rio, o governador pretende ampliar o programa Cidade Integrada, que já foi implementado no Jacarezinho e na Muzema, mas a medida será adotada, inicialmente, somente no município do Rio. "A capital ainda é o pior ponto quando a gente olha as manchas criminais", apontou. Segundo ele, a próxima favela a receber o projeto é Mangueira, na Zona Norte.
Além de melhorar nos indicativos da segurança pública, o programa também pretende promover ações sociais para os moradores, como projetos esportivos. "Nós entendemos que gerando oportunidade, fazendo uma segurança pública melhor, a gente vai ter comunidades mais cidadãs". Ainda nessas regiões, Castro disse ter um plano para "desfavelizar" as comunidades, a partir do "Casa da Gente", que pretende construir 10 mil moradias por ano.
"A gente está com um projeto enorme chamado "Casa da Gente", são 10 mil unidades (por) ano, as 1,3 mil casas do Alemão que já estão sendo construídas, Petrópolis, Teresópolis, Friburgo, Areal, todas essas casas, e nós vamos chegar, sim, dentro das comunidades. É importantíssimo desfavelizar, importantíssimo ter moradia digna para essas pessoas".
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