Publicado 31/10/2022 15:14 | Atualizado 31/10/2022 15:16
A vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o atual presidente da República Jair Bolsonaro (PL) deu o que falar não só no Brasil, como também no exterior. Após uma disputa acirrada, na qual o petista levou a melhor com uma diferença de apenas 1,8 ponto percentual, jornais de todo o mundo repercutiram a eleição. Lula venceu com 50,9% da aprovação nas urnas enquanto Bolsonaro ficou com 49,1% dos votos.
O jornal inglês "The Guardian", se referiu à vitória como "o resultado mais importante em décadas para uma das maiores democracias do mundo – e para o futuro da Amazônia e do planeta". De acordo com o periódico, este é um "retorno político surpreendente", mas que terá que confrontar "uma economia lenta, restrições orçamentárias mais rígidas e um Legislativo mais hostil".
O também britânico "BBC", disse ser um "momento histórico". O periódico afirmou que "unir o Brasil vai ser o maior desafio de Lula". "Na esteira da vitória de Lula, houve silêncio do campo de Bolsonaro. O boato era que ele tinha ido para a cama. Um mau perdedor talvez, mas há uma preocupação real sobre se Bolsonaro e seus seguidores mais radicais aceitarão o voto", citou o jornal.
O "The New York Times" teve a seguinte manchete: "Brasil ele Lula, ex-líder de esquerda, em crítica a Bolsonaro". Para o jornal americano, o futuro presidente representou uma rejeição "pungente" ao atual chefe de Estado e ao movimento de extrema direita liderado por ele. O periódico, que prestou apoio a Lula na semana que antecedeu a eleição, criticando as ações de Bolsonaro com a Amazônia, destacou sobre as medidas que Lula prometeu adotar para a proteção da mesma, diferente de Bolsonaro que "destruiu agências de proteção à floresta".
O jornal argentino "Clarín", escreveu: "Eleições no Brasil: na disputa mais polarizada da história, Lula volta ao poder pela terceira vez". O periódico tratou a ocasião como uma "campanha agressiva" e "clima histórico de polarização". Durante a manhã, o "Clarín" noticiou também o encontro de Lula com Alberto Fernández, presidente da Argentina.
"O filho de Doña Lindu volta a fazer história. Ninguém jamais ganhou uma eleição brasileira com tantos votos (60 milhões) ou com uma diferença tão pequena", iniciou a matéria do espanhol "El País". "Com Lula, espera-se que o Brasil retorne com força ao cenário internacional, ainda mais impulsionado por uma América Latina que está culminando em sua virada à esquerda", declarou o jornal.
O "Le Monde", da França, se referiu ao triunfo de Lula como um "alívio planetário". "A estreiteza da vitória do candidato presidencial contra Jair Bolsonaro diz o quão imensa é a tarefa, já que o bolsonarismo está agora ancorado no Congresso e em muitos estados do gigante sul-americano", disse o periódico francês.
"Após um mandato de alvoroço e fúria exemplificado pelo tratamento abismal da pandemia de Covid-19, o saque da Amazônia, ataques à democracia e um fluxo constante de declarações racistas, sexistas e homofóbicas. Resta agora a este funcionário de extrema-direita, calado na noite das eleições, uma última obrigação para com o seu país: reconhecer publicamente a sua derrota e preparar-se para uma alternância pacífica no topo do Estado", criticou o "Le Monde".
Na Alemanha, a manchete do Suddeutsche Zeitung questionou: "Lula é eleito o novo presidente do Brasil, mas o que faz Bolsonaro?". "A preocupação é grande, pois ele pode não reconhecer as eleições" apontou o periódico.
Todos os jornais comentaram sobre o silêncio de Bolsonaro sobre a derrota. Mesmo 19h após a divulgação do resultado, o atual presidente ainda não havia se pronunciado. Periódicos também comentaram a respeito da manifestação de caminhoneiros bolsonaristas, que bloquearam vias por todo o Brasil.
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