Publicado 08/08/2024 22:24 | Atualizado 09/08/2024 00:38
Rio - O primeiro debate entre os candidatos a prefeito do Rio nas eleições de 2024, aconteceu na noite desta quinta-feira (8), na sede da TV Band, na Zona Sul do Rio. Participaram da sabatina cinco candidatos, do total de oito que manifestaram interesse em disputar o cargo: Alexandre Ramagem (PL), Eduardo Paes (PSD), Marcelo Queiroz (PP), Rodrigo Amorim (União Brasil) e Tarcísio Motta (PSOL). Os políticos tiveram a possibilidade de discutir e apresentar propostas. O debate foi mediado pelo apresentador João Paulo Vergueiro.
PublicidadeO primeiro a chegar para o debate foi Tarcísio Motta, que atualmente está em seu primeiro mandato como deputado federal. Na porta da emissora, o candidato deixou claro que o seu objetivo neste debate é dialogar para que o eleitor tenha consciência de quem escolher nas urnas, além de dar prioridade para discutir sobre educação.
"O debate é o lugar onde eu jogo melhor, sem o dinheiro e sem a máquina pública. Estamos de igual para igual. Tenho coragem para enfrentar os candidatos e discutir ideias para melhorar o Rio. Queremos ter diálogo para que o eleitor saia mais consciente de quem deve ser o próximo prefeito", disse.
O segundo foi o candidato Marcelo Queiroz, atualmente deputado federal. Ele afirmou que entra na disputa eleitoral sendo uma nova opção para o eleitor carioca.
"A minha proposta é ser uma nova opção, mais pé no chão. Venho do movimento estudantil, a minha candidatura é exemplar e cheguei onde cheguei porque dei exemplo", garantiu.
Em seguida, chegaram à sede da Band Rodrigo Amorim e Alexandre Ramagem, ambos bolsonaristas. Eles reforçaram que seguem os mesmos ideais políticos. Amorim também garantiu que não irá fugir da polarização do debate ideológico.
"Sou conservador, bolsonarista e nacionalista, mas também vou propor soluções para a cidade, principalmente para a questão de segurança pública", afirmou.
O atual prefeito da cidade, Eduardo Paes, foi o último a chegar para o debate. Aos jornalistas, Paes disse que espera discutir temas que sejam importantes para a cidade.
"Sabemos que o Rio é uma cidade cheia de desafios, estou buscando a reeleição então meu objetivo aqui é discutir temas pertinentes", afirmou. Eduardo Paes também disse esperar ser o alvo durante a sabatina: "As críticas são normais, não tenho problema quanto a isso. Eu sou 'vidraça' há muito tempo, já estou acostumado. A minha vantagem é que a população do Rio me conhece, estou há três mandados. Os outros candidatos, as pessoas podem conhecer um pouco, mas são surpresas, boas ou ruins, mas sabemos que nos últimos tempos o Rio teve muitas surpresas ruins".
De acordo com a emissora, o critério para escolha dos cinco candidatos ao cargo foi que a coligação tenha ao menos cinco parlamentares no Congresso Nacional, como determina a legislação eleitoral.
Troca de farpas e papo entre bolsonaristas
Os temas debatidos no primeiro bloco foram educação, infraestrutura e urbanismo, saúde, segurança, transporte e mobilidade urbana. O primeiro a perguntar foi o candidato Alexandre Ramagem para o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes, sobre Segurança. Ramagem questionou sobre a falta de priorização no setor e Paes rebateu mencionando a responsabilidade do governo do Rio acerca do tema. O prefeito também problematizou a politização da segurança pública.
O segundo a perguntar foi Eduardo Paes a Marcelo Queiroz sobre a importância de expandir o Ginásio Educacional Tecnológico. Queiroz respondeu citando a necessidade de convocar novos professores. Em seguida foi a vez de Marcelo Queiroz questionar Tarcísio Motta sobre infraestrutura na cidade. O candidato do PSOL rebateu sobre obras inacabadas e citou o Plano Diretor, uma solução para reduzir desigualdades sociais.
Na vez de perguntar, Tarcísio Motta questionou Rodrigo Amorim sobre a saúde e o aumento de casos de tuberculose na cidade. Amorim, por sua vez, citou a necessidade de ter uma parcela do orçamento destinada para essa questão e questionou sobre o porte ilegal e legalização de drogas
Em seguida, Rodrigo Amorim questionou Alexandre Ramagem sobre mobilidade urbana ao longo do mandato de Paes. Em reposta, Ramagem disse que as mudanças na Avenida Brasil foram um exemplo de demonstração de descaso e falta de preparo de Paes. Ainda durante o diálogo entre os bolsonaristas, Amorim afirmou que irá acabar com o pedágio da Linha Amarela.
Na sequência, Paes pediu direito de resposta depois de acusações de Rodrigo Amorim. O direito foi concedido pela comissão julgadora da Band e o candidato falou sobre os avanços no BRT e na Transbrasil. Amorim teve direito de resposta negado. Motta também fez pedido à comissão, que também foi negado.
De demolições ao armamento da Guarda Municipal
Na segunda parte do debate, jornalistas do Grupo Bandeirantes de Comunicação fizeram perguntas sobre diferentes temas aos cinco candidatos. O jornalista Vinícius Dônola foi o primeiro a perguntar sobre construções irregulares no Rio. Marcelo Queiroz, por sorteio, respondeu ao questionamento citando a falta de valorização do efetivo da Guarda Municipal. De acordo com o candidato, as construções irregulares continuarão sendo um problema enquanto a segurança pública não for valorizada.
Em seguida foi a vez da apresentadora Yasmin Bachour perguntar os candidatos sobre a municipalização de seis hospitais federais no Rio de Janeiro. Por sorteio, Tarcísio Motta respondeu e afirmou ser contra a municipalização. O jornalista Carlos Andreazza foi o terceiro jornalista a perguntar aos candidatos sobre o funcionamento da Ciclovia Tim Maia. Conforme sorteio durante a transmissão ao vivo, Alexandre Ramagem respondeu ao questionamento e afirmou que a ciclovia tem causado danos significativos à população. O candidato ainda criticou as dívidas que essa e outras obras deixaram para a cidade.
A quarta pergunta foi da jornalista Agatha Meirelles, que questionou a internação compulsória de usuários de drogas na cidade. Em resposta, pós sorteio, Rodrigo Amorim disse que irá "avançar nas Cracolândias". O último jornalista a perguntar aos candidatos foi Wagner Montes Filhos, que questionou sobre o armamento da Guarda Municipal. O candidato Eduardo Paes, quinto candidato a responder no segundo bloco, disse ser favorável ao armamento da GM-Rio, mas de forma restrita. Paes ainda mencionou que o armamento é papel de quem detém as forças policiais.
Ainda no segundo bloco, após a rodada de perguntas dos jornalistas, os candidatos puderam fazer perguntas sobre temas livres. Por sorteio, Tarcísio Motta começou a rodada e questionou Alexandre Ramagem sobre a pandemia da covid-19 em 2020. Em resposta, Ramagem defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro em relação a sua gestão. Também mencionou a aplicação de vacinas contra a doença no país.
Na sua vez de perguntar, Ramagem destinou o seu questionamento sobre Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) a Paes. O prefeito esclareceu que a pesquisa referente ao mandato dele só será divulgado na próxima semana. Ele também elogiou o secretário de Educação Renan Ferreira. Por fim, afirmou que o déficit do governo dele é o menor da série histórica.
Ao ser questionado sobre a Mobi-Rio por Eduardo Paes, Marcelo Queiroz disse ser contra o projeto e que não irá dar continuidade se for eleito. Em seguida, Queiroz pediu o impeachment de Paes caso o atual prefeito vença as eleições e saia no meio do mandato para concorrer a governador do Rio.
Ainda na rodada de temas livres, Marcelo Queiroz questionou Rodrigo Amorim quanto a transparência da gestão do prefeito. Em resposta, Amorim disse que têm fiscalizado esse tema e aproveitou para mencionar os problemas da 'máfia do reboque'.
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