Rio - Os pré-candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições de 2024 foram oficializados em convenções realizadas até o último dia 5. Com isso, a capital fluminense conta com nove nomes participando da corrida eleitoral. Confira abaixo quem são. Os pré-candidatos vão participar de debates para apresentar suas respectivas propostas ao eleitor até as vésperas das eleições, com primeiro turno previsto para o dia 6 de outubro.
A Band abre a sequência de detabes nesta quinta-feira (8), às 22h15 (horário de Brasília), uma semana antes do início do período oficial de propaganda eleitoral, prevista para iniciar em 16 de agosto. O debate conta com a participação dos pré-candidatos cujos partidos e/ou coligações tenham somado, no mínimo, cinco representantes no Congresso. Os candidatos têm até o dia 15 de agosto para registrarem as candidaturas na Justiça Eleitoral.
Conheça os pré-candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro:
Eduardo Paes (PSD)
O atual prefeito do Rio, Eduardo Paes, do Partido Social Democrata (PSD), busca o seu quarto mandato na prefeitura do Rio. Paes escolheu o deputado estadual e ex-secretário da Casa Civil da capital Eduardo Cavaliere (PSD) como vice para as Eleições 2024.
Favorito com folga nas pesquisas de intenção de voto e com um recall político de três mandatos à frente da segunda maior cidade do país, com 6.211.223 habitantes, Paes definiu a chapa à reeleição deste ano de olho nas eleições ao governo do estado em 2026. Caso eleito para o quarto mandato em outubro, o prefeito do Rio deve deixar a prefeitura para disputar o Palácio Guanabara e seu vice, o comando do Executivo municipal.
Paes, 54 anos, é formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), com especialização em Políticas Públicas e Governo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A carreira na política iniciou aos 23 anos, quando foi nomeado pelo então Prefeito do Rio, Cesar Maia, a subprefeito da Barra e Jacarepaguá. Em 1996, por seu trabalho, se elegeu como vereador mais votado do Brasil nas eleições daquele ano. Dois anos depois, conseguiu se eleger a deputado federal.
Em 2007, após o fim de seu segundo mandato consecutivo como deputado federal, Paes foi nomeado Secretário de Estado de Turismo, Esportes e Lazer, ajudando na organização dos Jogos Pan-Americanos realizados no Rio. Um ano depois, se elegeu pela primeira vez a prefeito do Rio, sendo reeleito na eleição seguinte.
Três anos após o fim do seu segundo mandato, Paes voltou a concorrer à prefeitura do Rio de Janeiro na Eleição 2020. O atual prefeito venceu o então prefeito Marcelo Crivella com 64.07% dos votos (1.629.319 votos), conquistando assim um terceiro mandato no comando da capital fluminense.
Uma de suas promessas de campanha foi reabrir estações do BRT e aumentar a frota e a segurança. No primeiro ano de mandato, Paes reabriu 46 estações, anunciou a revitalização de outras 79 e aumentou a frota de veículos de 120 para 215. Em junho, criou o programa BRT Seguro, com patrulhamento diário de agentes nas estações.
Tarcísio Motta (PSOL)
Em seu primeiro mandato como deputado federal pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Tarcísio Motta de Carvalho, de 49 anos, é um dos candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro. A deputada estadual Renata Souza (PSOL) será a candidata a vice-prefeita na chapa.
Na capital fluminense, Tarcísio já ocupou a Câmara dos Vereadores de 2017 a 2022. Com 159.928 votos, foi eleito deputado federal em 2022 pelo Rio de Janeiro para mandato até 2026. Filiado ao PSOL desde sua fundação, foi candidato a governador do Rio em 2014 (712.734 votos), o segundo vereador mais votado da capital em 2016 (90.473 votos), terceiro colocado no pleito para governador de 2018 (819.248 votos) e o vereador mais votado da cidade do Rio em 2020 (86.243 votos).
Nascido em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, Tarcísio é formado em História na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde também fez mestrado e doutorado, tornando-se especialista em história agrária no Brasil. Antes de ingressar na política, atuou como professor no Colégio Pedro II.
Em 2019, presidiu a CPI das Enchentes da Câmara Municipal do Rio, que pediu indiciamentos de cinco autoridades públicas. Em 2018, integrou a CPI dos Ônibus, pela qual denunciou irregularidades entre empresários e o poder público e que serviu de base para o Ministério Público impedir aumento abusivo nas passagens. Na Câmara de Deputados, foi relator do Marco do Fomento da Cultura na Comissão de Constituição de Cidadania e Justiça (CCJ), integra a Comissão de Educação, tendo apresentado 118 projetos sobre o assunto, e participa da Comissão Especial sobre desastres naturais.
Alexandre Ramagem (PL)
Delegado da Polícia Federal e atualmente deputado federal pelo Partido Liberal (PL), Alexandre Ramagem, de 51 anos, comandou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que o escolheu para ser o candidato do partido à prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições municipais deste ano. Ele também tem o apoio do atual governador do Rio, Cláudio Castro (PL). Na segunda-feira (5), Ramagem anunciou a deputada estadual Índia Armelau (PL) como candidata a vice-prefeita em sua chapa.
Homem de confiança do clã Bolsonaro, o parlamentar comandava a Abin durante o período em que o órgão teria espionado ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), jornalistas e adversários do ex-presidente entre 2019 e 2021. Delegado da Polícia Federal desde 2005, Ramagem foi coordenador da segurança de Jair Bolsonaro em 2018 após o então candidato sofrer um atentado em Juiz de Fora. Foi nessa época que ganhou a confiança dos filhos de Bolsonaro.
Após a eleição, inicialmente, Ramagem foi escalado para um cargo de assessor especial no Palácio do Planalto até que, em julho de 2019, Bolsonaro o colocou no comando da Abin, que é subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), então chefiado pelo general Augusto Heleno.
Menos de um ano depois, Bolsonaro decidiu que iria promovê-lo novamente e colocá-lo na chefia da Polícia Federal. Na época, chegou a dar declarações de que a PF deveria produzir informações para que ele tomasse decisões. O desejo de colocar Ramagem na PF foi o estopim para o rompimento de Sergio Moro (União Brasil-PR), que era ministro da Justiça, do governo Bolsonaro. Para Moro, empossar Ramagem como diretor-geral seria aparelhar a Polícia Federal.
Moro deixou o governo e, no fim, foi Alexandre de Moraes quem bloqueou a ida de Ramagem para a PF. O ministro suspendeu a posse por ver ausência dos princípios da "impessoalidade, moralidade e interesse público". Com o apoio de Bolsonaro, Ramagem foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro com 59 mil votos.
Juliete Pantoja, 34, é a pré-candidata do Unidade Popular (UP) à prefeitura. Juliete é mãe, educadora popular e moradora da Zona Norte da capital. A candidata atua há mais de dez anos no movimento por moradia Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB). É a presidente estadual da Unidade Popular. Em 2022, foi candidata à governadora pela UP. Morador da Zona Oeste, camelô e militante, Vinícius Benevides, 46, é candidato a vice pela UP.
Cyro Garcia, 69,é pré-candidato a prefeito pelo PSTU. Cyro foi presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de 1988 a 1991. Em 1993, foi deputado federal por 10 meses, como suplente de Jamil Haddad. Formado em Direito pela UFRJ e mestre e doutor em História pela UFF, Cyro lecionou em faculdades particulares. Na década de 1980, foi um dos fundadores e dirigentes do PT e da CUT. Em 1992, foi expulso do PT e fez parte da fundação do PSTU em 1994. Atualmente, é presidente do PSTU Rio de Janeiro. A candidata a vice é a professora Paula Falcão (PSTU).
Rodrigo Amorim (União Brasil) disputa a prefeitura. O pré-candidato foi o deputado estadual mais votado no Rio em 2018 pelo partido PSL. Em 2016 foi candidato a vice-prefeito do Rio de Janeiro na chapa encabeçada por Flávio Bolsonaro. É advogado, ocupou os cargos de procurador do Município de Niterói, secretário Municipal Adjunto de Planejamento de Mesquita e secretário Municipal de Cidadania e Direitos Humanos de Nilópolis. O deputado estadual Fred Pacheco (PMN) é pré-candidato a vice na chapa.
Marcelo Queiroz é o pré-candidato ao pleito pelo Progressistas (PP). A vereadora Teresa Berguer (PSDB) é vice na chapa. Marcelo Queiroz é deputado federal. O pré-candidato é advogado formado pela PUC-Rio, mestre em Economia pela IBMEC-RJ e pós-graduado em Direito Fiscal pela PUC-Rio e em Gerência e Gestão de Projetos pela UFRJ. Marcelo Queiroz iniciou a vida pública em 2012, eleito o vereador mais jovem da legislatura. A experiência como gestor na administração pública municipal começou em 2015, quando foi secretário de Administração da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Ana Carolina Sponza Braga, a Carol Sponza, de 45 anos, é a pré-candidata do Novo. O vice Alexandre de Oliveira Carneiro, o Popo, é do mesmo partido. Advogada, mestre em Políticas Públicas formada na Alemanha, onde trabalhou para o Governo Alemão auxiliando países em desenvolvimento, pós-graduada em escola austríaca e ganhadora de bolsa do Governo da Noruega para elaboração de seu mestrado sobre práticas anticorrupção.
Henrique Simonard, de 28 anos, é o pré-candidato do Partido da Causa Operária (PCO). O pré-candidato a vice-prefeito é Caetano Albuquerque, do mesmo partido. Simonard é estudante de Geografia na UFRJ, membro da direção nacional da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) e do Partido da Causa Operária. Em 2020, foi candidato do PCO à prefeito da capital.
A deputada estadual Dani Balbi (PCdoB) retirou sua pré-candidatura em julho.
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