Publicado 11/05/2023 15:23 | Atualizado 11/05/2023 16:33
Após viverem um drama em meio a guerra no Sudão, três jogadores brasileiros conseguiram desembarcar nesta quinta-feira (11) no Brasil. Ellan Dellon, Wilian Gabriel e Victor Hugo precisaram deixar o país, que está em guerra desde o dia 15 de abril.
Os jogadores conseguiram deixar o Sudão no dia 7 de maio, quase um mês após o início da guerra. Eles foram para a Arábia Saudita, onde conseguiram um passaporte emergencial, já que o deles ficou preso retido na Embaixada do Sudão.
No caminho até a Arábia Saudita, os jogadores sofreram com escassez de água, comida e energia. Todo o contato com o governo brasileiro foi intermediado por Rubem Amaral, embaixador do Sudão. Segundo o Itamaraty, Ellan, Wilian e Victor eram os últimos brasileiros que estavam no Sudão.
Outros brasileiros deixaram o Sudão antes
Além dos três, outros quatro jogadores brasileiros e cinco membros de comissão técnica deixaram o Sudão no fim de abril. O grupo, que integrava o Al-Merrikh, deixou a capital Cartum de ônibus, após mais de uma semana de conflito.
Única funcionária da Embaixada do Brasil no Sudão, Ana Aranha viajou com os jogadores e treinadores. O ônibus com os dez brasileiros foi detido em um posto policial, mas seguiu viagem após seis horas de detenção.
Entenda o conflito no Sudão
A guerra foi causada por uma disputa de poder entre o líder militar do Sudão, Abdel Fattah al-Burhan, e o comandante das Forças de Apoio Rápido paramilitares, Mohamed Hamdan Dagalo. Eles foram aliados na tentativa de derrubar o presidente sudanês Omar al-Bashir, deposto em 2019, e no golpe militar de 2021.
Após a queda de Omar al-Bashir, que governou o país por quase três décadas, o Sudão foi governado por uma aliança entre militares e civis. Mas a relação era incômoda. Em 2021, tudo isso acabou quando o governo de divisão do poder foi dissolvido pelas forças armadas.
Abdel Fattah al-Burhan e Mohamed Hamdan Dagalo divergiram sobre a integração da RSF (sigla em inglês das Forças de Apoio Rápido) nas forças armadas do país, como parte dos planos para restaurar o governo civil. A maior divergência era sobre quem estaria subordinado a quem na nova hierarquia.
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