Jogadores no ônibus em direção à fronteira com o EgitoMatheuzinho/Reprodução
Eles deixaram a capital Cartum, após mais de uma semana de conflito, com a ajuda do ônibus do time, em direção à fronteira com o Egito. "A gente vai viajar a noite toda, a madrugada toda, para que, às oito horas da manhã, a gente esteja na divisa, na fronteira do Sudão com o Egito", disse o técnico.
Entre os passageiros está Ana Aranha, a única funcionária da Embaixada do Brasil no Sudão desde quando o conflito começou. Segundo o atacante Paulo Sérgio, eles não tiveram nenhuma ajuda do Itamaraty para sair do país até o momento. "Sempre ficaram de ‘estamos com as outras embaixadas, estamos conversando’, enfim, e não resolveram nada", relata o atleta.
Após viajar 70 quilômetros, o ônibus transportando os dez brasileiros (com a funcionária da Embaixada) foi detido em um posto policial por um período de seis horas. O veículo seguiu viagem com excesso de lotação, pois policiais teriam obrigado outras pessoas a embarcar na condução.
A major do Exército Brasileiro, Gabriela Rocha Bernardes, que está em missão de paz pela Organização das Nações Unidas (ONU), em Darfur, região oeste do Sudão, relatou o que viu nos dois primeiros dias de conflito. "As tropas trocaram muitos tiros. Muitas explosões, um poder de artilharia muito, muito forte", disse a militar. Atualmente, as aeronaves da ONU são o único meio de transporte disponível para chegar a Darfur, que fica a 800 km da capital Cartum.
De acordo com a Associated Press, mais de 420 pessoas, incluindo 264 civis, foram mortas e mais de 3.700 ficaram feridas nos combates entre as forças armadas sudanesas e o poderoso grupo paramilitar conhecido como Forças de Apoio Rápido (FAR).
O que diz o Itamaraty
Em nota ao Fantástico, o Itamaraty afirmou que estão sendo enviados esforços para garantir a segurança e retirada de todos os brasileiros que estão em território sudanês tão logo quanto possível. Informa que 15 dos 16 brasileiros que estavam em Cartum já deixaram a capital, incluindo três crianças transportadas em um comboio da ONU.
Ainda conforme a nota, o governo brasileiro teria chegado a viabilizar a evacuação mais ampla em coordenação com a ONU e com países europeus, que não pôde ser concretizada por questões de deslocamento e segurança.
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