Publicado 23/05/2023 08:47
Espanha - Dois dias após o atacante Vini Jr, de 22 anos, ser novamente vítima de atos racistas na Espanha, finalmente, as autoridades locais realizaram as primeiras prisões para combater o crime contra o brasileiro. Em Madri, quatro suspeitos de terem feito um boneco do jogador e simulado um enforcamento em uma ponte da cidade, em janeiro, foram detidos nesta terça-feira. Já em Valencia, local da última manifestação racista no último domingo, três pessoas acabaram sendo presas, também acusadas do crime de racismo.
As detenções aconteceram após duas operações diferentes serem realizadas na Espanha. No último domingo, em partida entre Valencia e Real Madrid, o jovem foi novamente alvo de manifestações racistas. Após ter sido expulso pela arbitragem, o brasileiro desabafou nas redes sociais. Vini tem sido alvo de repetidos ataques racistas em jogos do Campeonato Espanhol, especialmente após ter começado a festejar os seus gols dançando. Ele denunciou que as provocações se tornaram perseguições contra ele dentro de campo. Em seis cidades diferentes da Espanha, o jogador brasileiro sofreu agressões racistas.
As quatro pessoas detidas em Madri são consideradas supostamente responsáveis por um "crime de ódio", afirmou a polícia espanhola em um comunicado. Três são "membros ativos de um grupo radical de torcedores de um clube madrileno", acrescenta a nota.
As quatro pessoas detidas em Madri são consideradas supostamente responsáveis por um "crime de ódio", afirmou a polícia espanhola em um comunicado. Três são "membros ativos de um grupo radical de torcedores de um clube madrileno", acrescenta a nota.
O boneco, que tinha um uniforme de Vini Júnior, foi pendurado para simular um enforcamento depois da vitória de 3 a 1 do Real Madrid contra o Atlético de Madrid, pelas quartas de final da Copa do Rei. Ao lado do boneco estava uma faixa com a frase "Madri odeia o Real".
A investigação, baseada principalmente em depoimentos, permitiu estabelecer que os quatro torcedores, "identificados durante partidas consideradas de alto risco dentro dos dispositivos de prevenção de violência no esporte, foram os supostos autores" do ataque, destacou a Polícia.
Já sobre as prisões realizadas por conta do ato do último domingo, o Valencia afirmou estar cooperando com as autoridades na investigação e prometeu banir do estádio os torcedores culpados.
"O clube reitera sua condenação mais enérgica e sua posição contra o racismo e violência em todas as formas. E que atuará com a mesma contundência com todas as pessoas identificadas, aplicando sua medida mais severa: expulsando-os do estádio por toda a vida. O Valencia não tolera nenhum tipo de ataque racista. O racismo não tem lugar no nosso clube", divulgou o clube em nota oficial.
"O clube reitera sua condenação mais enérgica e sua posição contra o racismo e violência em todas as formas. E que atuará com a mesma contundência com todas as pessoas identificadas, aplicando sua medida mais severa: expulsando-os do estádio por toda a vida. O Valencia não tolera nenhum tipo de ataque racista. O racismo não tem lugar no nosso clube", divulgou o clube em nota oficial.
O episódio do fim de semana teve repercussão mundial, com o repúdio de outros jogadores de futebol, pretos e brancos, de várias equipes, além de personalidades de outros segmentos da sociedade. Vini também se manifestou desta vez de forma mais enfática e deixou no ar a possibilidade de deixar o futebol da Espanha. O brasileiro recebeu apoio de dirigentes e atletas de todo o mundo e criticou fortemente o futebol espanhol por não fazer mais para acabar com o racismo.
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