Publicado 27/02/2024 17:57
Fortaleza - O zagueiro Titi, do Fortaleza, se emocionou ao relembrar o episódio enfrentado pelo elenco em Recife, após partida pela Copa do Nordeste, quando torcedores do Sport atacaram o ônibus da delegação. Em entrevista ao "sportv", o jogador afirmou que a ação foi planejada para algo muito mais grave.
"Foi uma tocaia. Eles sabiam exatamente o que estavam fazendo e o que queriam: tirar nossas vidas. O ambiente está de muita tristeza. Todos os atletas estão abatidos, abalados com o que vivemos. E só nós sabemos o que passamos, jogadores chorando, gritando, era sangue em todo canto do ônibus, mas no dia seguinte a bola estava rolando", disse Titi.
O defensor do Leão do Pici fez procedimento para retirada de estilhaços de vidro e alguns resquícios de bomba caseira da panturrilha esquerda. Além dele, Brítez, João Ricardo, Sasha, Dudu e Escobar estão sendo acompanhados pelo departamento médico do clube com diversos ferimentos e lesões pelo corpo.
"Nós temos que parar. Porque isso vai parar em morte. Se não tomarmos uma determinada decisão... Mas se nós decidirmos parar enquanto houver violência, a bola não rola. Talvez essa seja a maior tristeza", completou o zagueiro do Fortaleza.
A Polícia Civil de Pernambuco chegou a um suspeito que confessou participação no ataque no última segunda-feira (26), mas o liberou após depoimento. As investigações seguem em curso.
Confira outras respostas de Titi
"Milagre"
"Sempre que a gente revive, e hoje eu estou revendo essas páginas, ainda me emociono. Vi agora as imagens e o que me vem à cabeça é sentimento de gratidão a Deus. Foi um milagre. O Vojvoda foi muito feliz nas palavras que, naqueles cinco segundos, na parte de cima do ônibus, era de encontrar algum atleta morto, algum atleta sem vida. Porque, sim, foi uma tentativa de homicídio."
Carreira sem lesões
"Eu estou há mais de 15 anos jogando profissionalmente e nunca tinha passado por nenhum tipo de lesão muscular. E agora numa tentativa de homicídio, por vândalos, bandidos, eu estou afastado daquilo que eu mais gosto de fazer. Só queria estar em campo com os meus companheiros. Não foi um acidente, uma entrada em campo. Foi por causa de vândalos."
Violência
"A gente vem convivendo com essa violência. O nosso clube tem um departamento psicológico. O departamento médico está 24 horas por dia em contato com a gente. Mas infelizmente é uma tristeza. Vivi muitos anos na Turquia, uma tomada de poder. E depois a sensação que tinha era a mesma de agora. A gente quando sai de um estádio, é hostilizado com palavras, mas nunca de tamanha grandeza assim. Ah, teve algum caso durante a partida que tenha deixado a torcida dele mais exaltada? Não, tudo transcorreu naturalmente durante os 90 minutos."
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