Jordan Chiles (à direita) ao lado de Rebeca Andrade e Simone Biles no pódio da Olimpíada de ParisRicardo Bufolin / COB
Publicado 11/09/2024 17:07 | Atualizado 11/09/2024 17:09
Nova York - Um mês após perder a medalha de bronze na final do solo dos Jogos Olímpicos de Paris por determinação da Corte Arbitral do Esporte (CAS), a norte-americana Jordan Chiles quebrou o silêncio e deu uma declaração bastante polêmica sobre a decisão, garantindo que foi um ato racista. 
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O CAS alegou na época que os 0.100 acrescentados à nota da ginasta após um recurso da delegação dos Estados Unidos foi irregular. O Tribunal afirmou que o recurso foi pedido depois do prazo de um minuto e que estabeleceu a medalha fosse repassada para a romena Ana Barbosu
Na ocasião da determinação pela devolução, ela apenas postou alguns corações partidos com a decisão e resolveu abandonar as redes sociais. Convidada para falar no 'Forbes Power Women's Summit', nesta quarta-feira (11), em Nova York, Jordan Chiles não poupou críticas à decisão.
"A maior coisa que foi tirada de mim foi o reconhecimento de quem eu era. Não apenas meu esporte, mas a pessoa que eu sou. Para mim, tudo o que aconteceu não tem a ver com a medalha, mas sim com a cor da minha pele", afirmou, sem conseguir segurar as lágrimas. 
A norte-americana ainda reclamou que acabou no "escuro", sem respaldo de ninguém. Ela já havia se decepcionado há alguns anos ao acusar um treinador de abuso emocional e verbal e não ser ouvida. "Me sinto como se tudo tivesse sido retirado novamente. Em 2018 perdi o amor pelo esporte e o perdi novamente. Senti que fiquei realmente no escuro, que tiraram algo de mim tentando colocar o nome ginástica na frente", ponderou.
Jordan Chiles imaginava que a situação atual seria diferente e não pensava ter de relembrar o calvário de 2018. "Eu não conseguia usar minha voz nem ser ouvida. Isso é uma coisa que sinto agora, que não consegui ser ouvida. Mas fiz história e sempre continuarei fazendo com a razão. Segui as regras, minha treinadora seguiu as regras", disse.
Ela reforçou que Cecile Landi não atrasou quatro segundos para enviar o recurso que resultou na mudança de sua pontuação para ficar em terceiro lugar, e que a USA Gymnastics também garante ter provas de ter sido a tempo. Apesar de ter perdido a medalha de bronze, a atleta viu que continua no coração da torcida ao receber muito carinho em Nova York. 
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