Torcedor do Flamengo, João Paulo Freire foi a Montevidéu ver a final de 2021 e saiu com a decepção pelo vice para o PalmeirasArquivo Pessoal
Publicado 29/11/2025 08:00
Flamengo e Palmeiras escrevem mais um capítulo da rivalidade cada vez maior, agora pela final da Libertadores de 2025. Além da busca para ser campeão e para se tornar o primeiro brasileiro tetra, a partida deste sábado (29), às 18h no Monumental de Lima, marca o reencontro entre os dois clubes após a disputa do título de 2021 e tem um sabor especial para muitos rubro-negros que estiveram naquele jogo em Montevidéu, no Uruguai.
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Afinal, foi a única das quatro finais que o Flamengo disputou e perdeu. O que deixou um gosto muito amargo para quem se acostumou a celebrar e teve a péssima experiência de ser vice. Para alguns torcedores, essa sensação virou um certo trauma que influenciou na opção de não viajar a Lima neste ano.

Decepção em primeira viagem por Flamengo

É o caso de João Paulo Freire, de 32 anos. O oficial do exército fez a primeira viagem exclusiva para ver uma partida do Rubro-Negro justamente para Montevidéu. E viu o Palmeiras ser campeão por 2 a 1 na prorrogação, com gol de Deyverson, em uma falha da Andreas Pereira.
"Eu nunca fui muito de viagens (para ver o time). Só que essa oportunidade de ir a Montevidéu surgiu porque eu estava morando no Rio Grande do Sul. Já vi jogos em outros estados mas foi coisa de oportunidade. Em 2021 foi a primeira vez que eu fiz a empreitada especificamente pra ver o jogo. A frustração foi enorme", relembra.
Mais do que o perrengue na viagem de ônibus, com engarrafamento e chegada ao estádio quase em cima da partida, João Paulo ficou com um pensamento remoendo na cabeça: "Por que eu?". Afinal, a a única derrota em finais de Libertadores foi justamente a que ele estava. E agora, optou por ficar em casa, não tanto por superstição, mas por receio.
"Cogitei seriamente ir a Lima, fiz orçamentos, mas no fim das contas decidi não ir por uma série de fatores. Se eu disser que não tem nada a ver é mentira, dá um receio de ir lá e me dar mal de novo. Tem um trauma. Foi um dos piores dias da minha vida com tranquilidade", recorda, resumindo o sentimento para essa final:
"Perder uma segunda vez não vai ser legal. Eu não gosto da palavra vingança, acho muito agressivo. Mas vai ser uma revanche muito pessoal, vai tirar um peso gigante com certeza", admite.

Nova chance após final de 2021

Além de quem optou por ficar no Brasil, há também aqueles torcedores que querem ter uma revanche do estádio. Afinal, Cláudio Cruz, de 68 anos, foi a todas as finais do Flamengo na Libertadores e pretende seguir assim. E, claro, não quer perder a chance de ver uma conquista sobre o Palmeiras.
"Enquanto eu estiver vivo eu irei a todas as finais. Como é que eu vou deixar de estar? Em 2021 foi péssimo, porque eu não conhecia perder na Libertadores. Foi horrível perder lá em Montevidéu".
Um dos fundadores da organizada Raça Rubro-Negra, o funcionário público aposentado  acredita que o reencontro com o Palmeiras acontece em boa hora.  Isso porque tem a oportunidade de dar o troco no rival na disputa para saber quem será o primeiro brasileiro tetracampeão da Libertadores.
"Acho que é excelente. Com isso de ser uma revanche, o Flamengo vai entrar com esse sangue nos olhos que precisa e que é a nossa cara. É jogo que não pode perder. Ser tetra seria fantástico contra qualquer clube, mas agora tem essa questão do Palmeiras, que é o grande time que disputa com o Flamengo. Isso é muito bom. Nós vamos ganhar deles", mostra confiança o torcedor que em 1981 vendeu um carro para alugar o ônibus e levar seu grupo à final no Chile.

Do Velho Continente ao Peru

Thiago Meirelles ao lado do pai, Luiz Carlos - Arquivo pessoal
Thiago Meirelles ao lado do pai, Luiz CarlosArquivo pessoal
Já o executivo da empresa Play9 Thiago Meirelles, de 45 anos, trouxe outro ponto de vista. Apesar da derrota em 2021, não encara esta nova final contra o Palmeiras como uma revanche.
"Não vejo assim, mas tem um peso enorme para sermos o primeiro tetra brasileiro! Sou péssimo nisso (palpite), mas estou confiante no titulo e acho que Bruno Henrique e Arrascaeta podem ser coroados mais uma vez", disse.
Thiago, que viajou de Luxemburgo para Lima, marcou presença em todas as outras três finais desta geração. Para ele, o gosto amargo de 2021 em comparação à alegria de 2019 e 2022, não chega a ser algo para o abalar.
"Ruim como qualquer derrota. E esta, em especial, pois foi a que o Flamengo melhor jogou e tivemos o erro individual decidindo o jogo", finalizou.
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