Publicado 04/11/2023 10:00
Rio - O Fluminense volta a jogar uma final de Libertadores após 15 anos. O Tricolor das Laranjeiras encara o Boca Juniors, da Argentina, neste sábado (4), às 17h (de Brasília), no Maracanã, e busca conquistar o tão sonhado título continental. Quis o destino que os tricolores recebessem uma nova chance justamente no estádio onde perdeu de forma trágica em 2008.
A final deste ano também será uma nova chance para os tricolores presentes no Maracanã no dia 2 de julho de 2008 reescreverem a história. Este é o caso do tricolor Marcos Vinícius Sales, de 39 anos, morador de Maricá, no Rio de Janeiro. Assim como há 15 anos, ele foi em todos os jogos da campanha na Libertadores e, agora, tem mais esperança no título.
"Quem não teve a oportunidade (de viver a final em 2008), terá agora em 2023. É um momento único. Foi um ambiente jamais visto e, talvez, nunca mais veremos uma festa como aquela. Foi um absurdo. Não era só o estádio que vibrava, o nosso corpo também, era involuntário. Estava todo mundo ansioso. Entrei cedo e fiquei no mesmo lugar que acompanhei todos os jogos. Foi uma experiência única", relembra.
"Em 2008, o Fluminense estava há 24 anos sem participar de uma Libertadores. De lá para cá, teve outras participações. A regularidade é importante. Hoje o time tem uma certa experiência na competição, que é muito traiçoeira. O Fluminense reacendeu a esperança que tinha perdido em 2008. Temos a oportunidade de realizar um sonho que foi pausado em 2008. É hora de concluir esse sonho", completou.
Há 15 anos, Vinícius viveu a Libertadores ao lado dos amigos e familiares que o acompanhavam nos jogos. Já naquela época, organizava caravanas que levavam os torcedores de Maricá ao Rio de Janeiro. A tradição continua e foi assim durante toda a campanha em 2023. Referência de muitos tricolores da cidade, Vinícius ganhou a companhia dos filhos Gabriel, de 18 anos, e Rafael, de 10, nos jogos.
"O sentimento mágico que eu tive em 2008, eu vejo no olhar deles. O choro de emoção a cada gol, o grito para empurrar o time. Tenho um orgulho imenso dos tricolores que eu criei. Eles são apaixonados. Essa Libertadores tem sido uma montanha-russa de emoção. Cada gol, cada classificação... Passei tudo junto com eles", disse Vinícius, que lamentou não ter conseguido ingressos para os filhos.
"A gente já previa a dificuldade de comprar ingressos. Nós conversamos e eles falaram: "Se conseguirmos três ingressos, vamos juntos. Mas se conseguirmos somente um, papai, você tem que ir". Fico de coração partido. Esse ano o Fluminense chegou numa final no Maracanã, e com esse formato atual, é muito difícil disso se repetir", completou.
A paixão de Vinícius pelo Fluminense foi uma herança de família. O pai e o avô também eram tricolores, e era uma tradição familiar acompanhar os jogos juntos no rádio. Referência de outros tricolores na cidade, ele acompanhou o time do coração até na terceira divisão, mas garante que a final da Libertadores foi o dia mais trágico da vida.
"Era normal no fim de semana a gente acordar cedo e ficar escutando programas de rádio antes de ir para a casa do meu avô. Meu pai tinha uma bandeira, eu colocava para o lado de fora de um fusca branco que ele tinha. Fazia isso sempre, era uma tradição. Minha primeira lembrança marcante foi o gol de barriga (final do Carioca de 1995). Estávamos todos juntos. Foi uma emoção muito grande", lembrou.
"Eu tive certeza pelo Fluminense nas quedas. Meu avô ia nos jogos e me levava. Não abandonamos. Passei por tudo isso, foi muito sofrido. De lá para cá, essa paixão só foi sendo reforçada. Sempre fui um tricolor assíduo no Maracanã. Até hoje faço excursão para os jogos no Maracanã sem fins lucrativos. É uma alegria ver a felicidade das pessoas indo aos jogos. Não tem preço meu amor pelo Fluminense", finalizou.
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