Publicado 01/07/2024 16:39
Rio - Mano Menezes é o novo treinador do Fluminense. O treinador, de 62 anos, aceitou a proposta e chega para ocupar o cargo de Fernando Diniz, que foi demitido após o início ruim no Brasileirão. O novo comandante terá a missão de salvar o clube do rebaixamento, onde é o lanterna com apenas seis pontos em 13 jogos.
PublicidadeCom vasta experiência e passagens por clubes como Grêmio, Corinthians, Flamengo, Cruzeiro, Palmeiras, Bahia e Internacional, além da seleção brasileira, Mano Menezes já trabalhou com 12 jogadores do atual elenco do Fluminense. O treinador, no entanto, também coleciona problemas de relacionamento com alguns deles.
No ano passado, Mano Menezes comandou Renato Augusto no Corinthians. O meia, no entanto, perdeu espaço ao longo da temporada e chegou a ficar no banco de reservas, antes de sair no início desse ano. Em 2014, eles também trabalharam juntos no clube paulista. No mesmo ano, o treinador trabalhou com o zagueiro Antônio Carlos, com quem também trabalhou no Palmeiras em 2019.
Um pouco antes de sua terceira passagem pelo Corinthians, Mano Menezes comandou o Palmeiras, em 2019. Ele substituiu Luiz Felipe Scolari e ficou cerca de três meses no cargo, onde venceu 11 de 20 jogos. No Alviverde, trabalhou com os zagueiros Felipe Melo e Thiago Santos, à época volantes, além do lateral-esquerdo Diogo Barbosa.
Já no Cruzeiro, onde foi bicampeão da Copa do Brasil em 2017 e 2018, Mano Menezes trabalhou com os goleiros Fábio e Vitor Eudes, além do zagueiro Manoel. Por fim, o treinador também comandou o zagueiro Thiago Silva, o lateral-esquerdo Marcelo, o meia Paulo Henrique Ganso e o atacante Douglas Costa na seleção brasileira, entre 2010 e 2012.
Primeira convocação de Ganso e atrito com Marcelo
Mano Menezes assumiu o comando da seleção brasileira após a Copa do Mundo de 2010. Ele substituiu Dunga, que foi demitido após a eliminação para a Holanda nas quartas de final do Mundial na África. Na primeira convocação, o treinador convocou o meia Ganso e o atacante Neymar, que encantavam o futebol brasileiro pelo Santos.
Ganso e Neymar chegaram a receber coro para a Copa do Mundo de 2010, mas o técnico Dunga não levou. O ciclo para o Mundial de 2014, que seria disputado no Brasil, iniciou com a dupla do Santos comandando a vitória contra os Estados Unidos, no primeiro jogo sob o comando de Mano Menezes. Ganso, no entanto, sofreu com lesões graves e nunca mais foi convocado.
Durante a sua passagem pela seleção brasileira entre 2010 e 2012, Mano Menezes colecionou um atrito com Marcelo. Na época, o lateral-esquerdo foi convocado para a estreia do treinador, contra os Estados Unidos, mas não entrou em campo. Um mês depois, foi chamado para um período de treinos em Barcelona, mas alegou problemas estomacais. No dia seguinte, treinou no Real Madrid e se machucou.
A situação gerou incômodo. Marcelo foi afastado das convocações seguintes e só voltou a ser chamado no ano seguinte. Ele não entrou em campo no amistoso contra a França, mas seria escalado como titular contra a Escócia. Porém, sentiu um problema nas costas e foi cortado, ficando fora do amistoso. Mano Menezes chamou o lateral de sensível e gerou um mal estar.
Somente seis meses após a polêmica antes do amistoso contra a Escócia que a situação parecia com as arestas aparadas. Marcelo voltou a ser convocado e foi titular, aproveitando a ausência do lateral Adriano, na época do Barcelona. O jogador do Real Madrid nunca mais perdeu a posição e fez parte dos ciclos das Copas de 2014 e 2018.
Olimpíadas com Thiago Silva, Marcelo e Ganso
Nem só de atrito foi a passagem de Mano Menezes pela seleção brasileira. Após a polêmica com Marcelo no início da passagem, as partes se resolveram e o lateral-esquerdo foi um dos três atletas acima de 23 anos convocados para os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. O zagueiro Thiago Silva, à época no Milan, também foi um dos três acima da idade permitida e foi o capitão.
Marcelo e Thiago Silva se tornaram homens de confiança de Mano Menezes durante sua passagem pela seleção brasileira. Além deles, outro tricolor que também foi convocado pelo treinador para as Olimpíadas de Londres foi o meia Paulo Henrique Ganso. O meio-campista havia se recuperado das lesões no joelho, mas foi reserva de Oscar. O Brasil foi medalha de prata.
Polêmicas com Fred
A relação entre o técnico Mano Menezes e Fred, atual diretor de planejamento do Fluminense, não foi boa durante a passagem pela seleção brasileira. Enquanto o então centroavante empilhava gols com a camisa tricolor entre 2011 e 2012, quando viveu o seu auge no Brasil, o treinador dava poucos minutos para ele na Seleção. A situação gerou incômodo por parte do atleta.
"Nem penso em Seleção enquanto o Mano (Menezes) estiver lá. Desde o jogo contra o México, que não tinha centroavante e ele preferiu colocar o Lucas (Moura) para jogar de costas e eu fiquei no banco, não entrei. Ali eu vi que ele não gosta do meu trabalho. Sou atacante, vivo de gols e estou fazendo gols, mas não sei o que ele quer. Respeito (a decisão), mas enquanto ele estiver lá não crio expectativa nenhuma", disse Fred.
Mano Menezes foi demitido após a conquista do Superclássico contra a Argentina, em 2012. Na época, o presidente da CBF, José Maria Marín, exigiu a convocação de Diego Cavalieri e Fred, do Fluminense. Eles foram destaques da conquista do título brasileiro de 2012. O treinador acatou a decisão e convocou, e eles foram decisivos para a conquista do título. Mesmo assim, ele foi demitido.
Fred e Mano Menezes se reencontraram no Cruzeiro entre 2018 e 2019. O centroavante chegou a ser titular e foi artilheiro do Campeonato Mineiro, mas depois sofreu com lesões e não conseguiu repetir as boas atuações. O treinador chegou a culpar o centroavante por um jejum de sete partidas da equipe, além de questionar a sua "supervalorização". A Raposa foi rebaixada em 2019 e ficou três anos na Série B.
Apesar dos atritos do passado, Fred foi entusiasta da contratação de Mano Menezes para o Fluminense. Atual diretor de planejamento do clube, o ex-jogador deixou as mágoas de lado e se mostrou animado com a chegada do treinador, principalmente por conhecer sua filosofia de trabalho.
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