Publicado 27/07/2021 17:56 | Atualizado 27/07/2021 17:58
Tóquio - Marcada pela pandemia do novo coronavírus, os Jogos Olímpicos de Tóquio, que foram adiados por um ano, têm exposto o lado humano de superatletas que carregam o peso de orgulhar suas respectivas nações. Entre as estrelas das Olimpíadas, a tenista japonesa Naomi Osaka, número 2 do mundo, e ginasta Simone Biles, vencedora de quatro ouros na Rio-2016, têm na pressão psicológica pelo topo do pódio como maior adversário na competição. Capitão da seleção masculina de vêlei, que busca o bicampeonato olímpico no Japão, Bruninho admitiu o peso da responsabilidade após um início difícil do Brasil no evento.
"Talvez tenha lance de responsabilidade, uma certa tensão. Não é fácil aquilo que a gente vive há tantos anos de ser sempre um dos favoritos. As pessoas esperam muito da gente. A gente tem até uma brincadeira. Quando saímos do Brasil, tinha a hashtag. Ninguém pedia uma medalha. Era só #trazoouro. A gente vive com isso. A gente precisa saber lidar. Somos humanos, temos nossos momentos de insegurança, de dificuldades. Mas a vitória contra a Argentina foi uma prova de que precisamos jogar sempre com agressividade e intensidade", disse Bruninho.
Bicampeão do Australian Open e US Open, dois dois principais torneio de Grand Slam da WTA, Osaka não resistiu à pressão de competir e vencer em casa. Principal estrela do Japão, a tenista, de 23 anos, acendeu a pira olímpica na abertura do evento, mas foi eliminada precocemente pela tcheca Marketa Vondrousova, para a 42ª no ranking mundial, na segunda-feira. Ao abandonar a competição em Roland Garros, em maio, ela admitiu enfrentar um quadro de depressão.
Com a aposentadoria do compatriota Michael Phelps, nadador recordista de medalhas olímpicas, com 28, sendo que 25 de ouro, em quatro edições, e do velocista jamaicano Usain Bolt, único tricampeão em duas modalidades de pista em Jogos Olímpicos (100m e 200m), todos os holofotes se voltaram à Simone Biles. Contestada ainda nas classificatórias, a ginasta que faturou quatro medalhas de ouro na Rio-2016, desistiu de competir na final por equipes da ginástica em Tóquio, nesta terça, para não arriscar a chances de pódio dos Estados Unidos.
Referência quando o esporte é vôlei, a seleção masculina tem sentido o peso da exigência em torno de gerações que empilharam títulos. A vitória sobre a Tunísia por 3 sets a 0 não significou uma estreia fácil para o Brasil, que demorou a engrenar na quadra da Arena Ariake. A vitória sobre o Argentina foi ainda mais dramática, de virada, após a derrota nos dois primeiros sets.
"O time me deixou orgulhoso. São 12 jogadores, não são só os titulares. Demonstração de força. Essa partida parecia um filme. Uma vitória como essa nos coloca a energia necessária para jogar uma Olimpíada. Nosso time não sabe jogar quieto. Precisamos conversar, precisamos de intensidade", destacou Bruninho, de olho no confronto com a Rússia, líder do Grupo B, nesta quarta-feira, às 9h45.
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