Publicado 10/08/2024 09:22 | Atualizado 10/08/2024 11:16
A argelina Imane Khelif foi o principal alvo de ataques sobre a polêmica de gênero no boxe da Olimpíada de Paris. Proibida de disputar o Mundial de 2023, ela ganhou a medalha de ouro no peso meio-médio (-66 kg), na sexta-feira (9), e celebrou a conquista como uma resposta a tudo que sofreu nas últimas semanas.
Publicidade"Fui alvo de ataques e de uma campanha feroz, e esta é a melhor resposta que poderíamos dar. Sou uma mulher forte com poderes especiais. Do ringue mandei uma mensagem para aqueles que estavam contra mim", afirmou.
Khelif é uma das duas boxeadoras na Olimpíada de Paris que viram muitas pessoas questionarem a presença delas na competição feminina. Isso aconteceu porque as duas foram reprovadas em um teste de gênero feito pela Associação Internacional de Boxe (IBA), federação que foi descredenciada pelo COI por casos de corrupção e falta de transparência.
Os exames apontaram que as boxeadores tinham em alta quantidade o hormônio testosterona, além da presença do cromossomo XY, ambos características masculinas. Entretanto, existem mulheres com Diferenças de Distúrbio Sexual (DSD, sigla em inglês), uma condição rara que faz com que tenham genes, hormônios e até órgãos reprodutivos masculinos.
"Trabalhei oito anos sem dormir. Oito anos cansada, mas agora sou campeã olímpica. Estou plenamente qualificada para participar. Sou uma mulher como qualquer outra. Nasci mulher, vivi como mulher e competi como mulher. Meu sucesso tem um sabor especial devido aos ataques", completou.
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